SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A senadora Marta Suplicy (PT-SP) não cansa de surpreender os petistas. Desta vez, apareceu sem aviso prévio a um evento em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo, e aproveitou para fazer críticas à coordenação política do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e à atuação do prefeito da capital paulista, Fernando Haddad (PT).
Seu discurso deixou em situação desconfortável o presidente da Câmara, Antonio Donato (PT), e o secretário de Relações Governamentais da Prefeitura, Alexandre Padilha, que estavam presentes na audiência pública do "Câmara no Seu Bairro", promovida pela Câmara Municipal com a participação de vereadores e moradores.
Cercada por eleitores da região, tradicional reduto do PT, Marta aproveitou para mais uma vez criticar Haddad. "Pelo modo de administrar do atual prefeito, os vereadores têm um papel ainda maior e mais importante na gestão das cidades", disse ela em referência ao perfil administrativo do prefeito petista.
Aliados de Haddad, inclusive o ex-presidente Lula, tem dito que ele precisa sair mais do gabinete e percorrer a periferia da capital.
Padilha rebateu a colega de partido e disse estava feliz por visitar pela terceira vez a zona leste só esta semana. "As duas primeiras foram acompanhando o prefeito Haddad, no Parque do Carmo e na Penha", provocou o secretário, sentado à mesa na ponta contrária a de Marta.
SAÍDA DO PT
A senadora tem se distanciado cada vez mais do PT e intensificado, nas últimas semanas, uma negociação para migrar para o PSB -legenda que deve lançá-la candidata à Prefeitura de São Paulo em 2016.
Apesar de diversos apelos de petistas, Marta não tem respondido ao chamado da cúpula do partido. Interlocutores afirmam, porém, que ela só aceitaria negociar sua permanência no PT caso fosse em conversa com o ex-presidente Lula.