'Processo estava me enojando', diz ex-diretor da estatal sobre propina

Autor: Da Redação,
terça-feira, 02/12/2014
Foto: arquivo

BRASÍLIA, DF - A acareação com o ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, nesta terça-feira (2), o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa afirmou à CPI mista da Petrobras que, em dado momento, passou a sentir nojo. 

Durante o encontro, Costa falou sobre um e-mail enviado à Casa Civil, em 2009. A mensagem elencava questionamento feitos pelo TCU (Tribunal de Contas da União) a empreendimentos da estatal. 

À época, Costa ocupava o alto escalão da empresa. No mesmo período, a presidente Dilma Rousseff era ministra da Casa Civil, além de ocupar a presidência do conselho de administração da estatal.

À CPI Costa negou que o envio do e-mail foi motivado por interesses escusos ou porque pedia interferência do Executivo. 

"Nessa época, eu já estava enojado. Aquele processo estava me enojando. (O objetivo) foi alertar que estávamos com problemas", justificou. 

Costa disse ainda que havia sido orientado pela própria Casa Civil a comunicar o ministério sobre a situação das obras. 

Acrescentou ainda que o então presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, tinha conhecimento da demanda. 


PASADENA 

Paulo Roberto Costa afirmou que a compra da refinaria de Pasadena foi responsabilidade do conselho de administração da Petrobras, do qual a atual presidente Dilma Rousseff era presidente. 

Reforçando o que acabara de dizer Nestor Cerveró, Costa disse que a aquisição da refinaria constava no planejamento estratégico da companhia. 

Esclareceu, porém, que a decisão final cabe ao colegiado da estatal: "A responsabilidade por comprar um ativo como aquele é 100% do conselho de administração. Eximi-lo é um erro", afirmou. 

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) perguntou o que significava estar enojado, já que Paulo Roberto Costa era parte integrante do esquema de corrupção. 

"Quando você está num processo desse, você entra e não tem como sair. É muito complicado. Eu saí, entreguei carta de demissão porque processo continuava", explicou.