Skaf pode trocar palanque de Dilma por Festa do Peão em Barretos

Autor: Da Redação,
terça-feira, 26/08/2014

SÃO PAULO, SP - Pressionado a reforçar o palanque da presidente Dilma Rouseff (PT) em São Paulo, o candidato do PMDB ao Palácio dos Bandeirantes, Paulo Skaf, pode trocar um evento ao lado da petista para participar da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, no sábado (30).

Dilma desembarca no fim de semana em Jales (a 585 km de São Paulo) para evento programado pelo vice-presidente, Michel Temer. A agenda faz parte de uma ofensiva da petista para diminuir a rejeição no Estado, que é o maior colégio eleitoral do país.

Skaf desconversa em relação a sua presença ao lado de Dilma, mas diante da pressão da cúpula do PMDB, admite que pode ter uma passagem relâmpago no evento. A justificativa preparada pela campanha é justamente a festa do Peão, que tradicionalmente vira palanque para candidatos ao governo em ano eleitoral.

No sábado, a festa, que reúne em média quase 1 milhão de pessoas, terá entre as atrações principais a dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó. Com a indefinição de Skaf sobre dobradinha com Dilma, o convite distribuído pelo PMDB paulista não faz referência ao nome do candidato.

Com uma foto de Dilma e Temer, o texto fala apenas que "será a grande arrancada para o PMDB voltar ao governo do Estado e para a recondução do nosso presidente nacional Michel Temer à vice-presidência".

Petistas dizem que há expectativa em torno da presença do peemedebista. Skaf aparece atualmente na segunda colocação das pesquisas de intenção de votos, à frente do candidato do PT, Alexandre Padilha.

Com as dificuldades de Padilha, o PT trabalha para atrair o candidato peemedebista, numa tentativa para tentar transferir votos a Dilma de um eleitorado que não é tradicionalmente ligado ao partido. Orientado pelo marqueteiro Duda Mendonça, Skaf resiste à aproximação para evitar ser contaminado pela alta taxa de rejeição de Dilma em São Paulo.

Nos últimos dois debates entre os candidatos ao governo paulista, o peemedebista ficou visivelmente irritado ao ser confrontado sobre o apoio a Dilma. Ele se limitou a dizer que votaria no vice-presidente, por uma questão de coerência com o partido.

Duda Mendonça afirmou que a estratégia da campanha para escantear Dilma é fortalecer que o candidato do PMDB é a "terceira via", quebrando a polarização entre PT e PSDB na disputa ao governo de São Paulo.

"O que ele quer deixar evidente é que está votando nela [Dilma] pelo partido dele. Para quem quer entender, entende fácil", disse o marqueteiro. "Ele diz toda hora que o adversário dele é o PT e o PSDB e então buscar uma terceira via e está incomodando", completou.