PE terá eleição para deputado federal menos disputada do país

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 23/07/2014

Berço político do ex-governador e candidato a presidente Eduardo Campos (PSB), Pernambuco terá neste ano a eleição para deputado federal menos concorrida do país, com uma média de 6,8 candidatos por vaga.
O cenário é resultado de uma eleição centrada em apenas quatro coligações para a disputa proporcional.

Duas delas sustentam a candidatura de Paulo Câmara (PSB) ao governo, que possui a maior coligação majoritária, com 21 partidos. As outras duas são de oposição.

A estratégia dos governistas foi montar uma chapa com muitos partidos e apenas os 50 nomes mais competitivos para concorrer às 25 cadeiras em disputa, o que reduziu o número de candidatos por partido.

O DEM, por exemplo, sairá apenas com o ex-governador Mendonça Filho para deputado federal. O PMDB terá três candidatos, dentre eles o ex-governador Jarbas Vasconcelos. O PSB de Campos, por sua vez, disputará com 13 aspirantes à Câmara Federal.

Pela lei eleitoral, nas eleições para deputados federais, as coligações podem registrar até o dobro do número de vagas em disputa, independentemente da quantidade de partidos que a compõem.

Desta forma, quanto mais partidos tiverem as coligações, menos disputarão de forma isolada e menor será a concorrência. "Formamos uma grande coligação e temos o grupo unido. A baixa concorrência é natural", diz Sileno Guedes, presidente do PSB-PE.

O candidato oposicionista Armando Monteiro Neto (PTB) acusa o PSB de atrair muitos partidos e comandar a formação das chapas "com base na distribuição de cargos no governo".

FRACIONAMENTO
No Rio de Janeiro, terceiro maior colégio eleitoral do país, o cenário é oposto: será a eleição para deputado federal mais concorrida do país. Os candidatos a deputado federal fluminenses terão proporcionalmente quase quatro vezes mais concorrentes que os pernambucanos.

São 22 candidatos para cada uma das 46 vagas do RJ na Câmara dos Deputados. O acirramento pode ser explicado pelo alto número de candidaturas ao governo -sete no total, sendo quatro competitivas.

Além disso, há uma fragmentação da própria chapa governista, de Luiz Fernando Pezão (PMDB), que tem o apoio de 18 partidos, distribuídos em seis coligações para deputado federal.

O presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani, diz que a divisão das chapas resulta de acordos feitos pelos partidos, que miram em segmentos distintos do eleitorado.

Na chapa de Pezão, há partidos que apoiam seis diferentes candidatos à Presidência, incluindo os favoritos Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).

Ex-aliado do PMDB, o PT do Rio tem outra a visão: "Este fracionamento mostra que o grupo do governador perdeu força e teve que ceder nas composições para deputado", diz o presidente do PT-RJ, Washington Quaquá.

Entre as disputas locais, o Distrito Federal é campeão em concorrência para a Câmara Legislativa. São 998 candidatos concorrendo a 24 cadeiras de deputado distrital, ou 44 por vaga. Já a menor concorrência para as Assembleias Legislativas será em Sergipe, com 7,2 candidatos por vaga.