Osmar Dias define hoje se disputa o governo ou o senado

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 17/06/2010
Osmar Dias prometeu anunciar hoje sua decisão

O senador Osmar Dias (PDT) promete anunciar, hoje, se disputará o governo do Estado nas eleições de outubro ou se apoiará a candidatura do ex-prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), concorrendo à reeleição para o Senado. O acordo entre pedetistas e tucanos, que chegou a ser dado como certo no início da semana, parece ter sofrido uma reviravolta nas últimas 48 horas, depois de uma série de encontros políticos.

Nas últimas duas noites, Dias recebeu em sua casa em Curitiba o governador Orlando Pessuti (PMDB) e emissários do presidente Lula (PT), que tentam construir um palanque forte para a candidata a presidência, Dilma Roussef (PT). Assim, nos bastidores da política nativa, a bolsa de apostas passou a apontar para uma possível composição PDT/PT/PMDB, com Osmar Dias na cabeça de chapa, um candidato a vice-governador indicado pelos peemedebistas e com Gleisi Hoffmann (PT) e o ex-governador Roberto Requião (PMDB) disputando o Senado.

Entre as possíveis indicações do PMDB, os deputados federais Marcelo Almeida e Rodrigo Rocha Loures são os mais cotados. Pesa o fato de ambos terem base eleitoral em Curitiba, justamente o principal reduto de Beto Richa.

Ventríloquo — Apesar de evitar dar qualquer declaração que sinalize uma tendência, Dias ontem, pela primeira vez, polemizou com os tucanos. Com declarações fortes, o pedetista voltou a rebater as afirmações do presidente do PSDB do Paraná, deputado Valdir Rossoni, que garantiu que Richa teria o apoio do PDT. “Ele (Rossoni) foi um imprudente, um irresponsável. Não preciso de ventríloquo para falar por mim”, disparou.

Questionado se a decisão poderia ser anunciada ainda ontem, Dias descartou. “Hoje não. Ainda preciso ter algumas conversas. É isso mesmo, amanhã. Espero que não passe de amanhã”, disse referindo-se a esta quinta-feira. A Convenção Estadual do PSDB para lançar a candidatura de Richa está agendada para sábado, o que aumenta a pressão por uma decisão do pedetista.

Dias havia condicionado sua decisão à Convenção Nacional do PDT, ocorrida no último sábado, que baixaria instruções sobre as alianças nos Estados. Como a Executiva Nacional fechou o apoio a Dilma, o presidente do PDT, ministro Carlos Lupi, autorizou Dias a alinhar-se com o PSDB. Mas ressalvou que ele não pode aparecer no palanque de José Serra (PSDB) no Estado.

Se desistir de disputar o governo, Dias concorrerá a reeleição com o apoio dos tucanos e indicaria o vice de Richa – o deputado estadual Augustinho Zucchi (PDT) sonha com a indicação. Já está definido que o presidente do PP, deputado federal Ricardo Barros, será o outro candidato a senador na chapa encabeçada por Richa.

Apertada — A confirmação da candidatura de Osmar Dias ao governo, daria emoção a disputa, já que as mais recentes pesquisas indicam que apenas 6 pontos percentuais o separam do favorito, Beto Richa.

Ao longo da campanha, o pedetista poderia ainda se beneficiar da onda de crescimento da presidenciável petista Dilma Roussef – que já aparece em igualdade de condições com o tucano José Serra – e com cerca de 10% do eleitorado que manifesta preferência por Orlando Pessuti nas sondagens.

Em 2006, o próprio Osmar Dias esteve bem próximo de conquistar o Palácio das Araucárias. Naquele ano, a decisão foi para o segundo turno e Requião venceu por diferença de apenas 10,5 mil votos.