União não vai insistir em data centers no Brasil, afirma Dilma

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 24/04/2014
União não vai insistir em data centers no Brasil, afirma Dilma

BRASÍLIA, DF, 24 de abril (Folhapress) - A presidente Dilma Rousseff afirmou hoje que o governo "não irá insistir em outra legislação para implantar data centers no país". Ela se referia ao mecanismo, retirado do Marco Civil da Internet, que previa o armazenamento de dados no país de gigantes como Google, Twitter e Facebook.

Foi justamente pelo Facebook que Dilma, por meio de sua página oficial, respondeu perguntas de internautas sobre a lei --uma espécie de "Constituição da internet"-- sancionada ontem por ela. Apesar da iniciativa, a presidente não aprofundou pontos sobre o marco questionados pelos internautas, deixando o debate superficial e perguntas sem respostas.

Pouco depois das 9h, a página do Palácio do Planalto postou uma foto de Dilma diante de um laptop, seguido das hashtags "DilmaResponde" e "FacetoFaceDilma".

Dilma afirmou que a questão dos data centers é um tema "superado", uma vez que a nova legislação prevê "a obrigação para os provedores de conexão e aplicação de cumprir a legislação brasileira, referente à coleta, guarda, armazenamento ou tratamento de dados". Esse, no entanto, era um ponto que o Palácio do Planalto insistia em ver aprovado no Congresso.

Dilma afirmou que a nova lei é um "avanço histórico" e "assegura a liberdade de expressão, a privacidade do indivíduo e o respeito aos direitos humanos". A presidente reforçou ainda que a "neutralidade [princípio que garante a isonomia aos internautas] torna inadmissível qualquer restrição da rede por motivos comerciais ou de qualquer outra natureza".

De acordo com o texto, teles não podem limitar a quantidade de dados acessados nem discriminar a velocidade de acordo com o conteúdo (vídeos, e-mails, chats). No entanto, as operadoras de telefonia afirmam que poderão vender serviços diferenciados, cobrando mais de clientes que acessam conteúdos específicos, caso queiram.

Banda larga

Dilma afirmou ainda que o governo trabalha em um programa nacional de banda larga, com o objetivo de "assegurar a um custo justo o aumento da capacidade da internet e a melhoria na sua qualidade".

"Gostaria de destacar que o regulamento de qualidade, copiado por vários outros países, estabelece que o provedor é obrigado a assegurar no mínimo 70% da média da capacidade contratada. A partir de novembro desse ano a média irá para 80%", completou.

Amor

Durante o bate-papo virtual, Dilma recebeu elogios pela sanção da lei, foi cobrada sobre outros temas e foi alvo de declaração de internautas.

"Amo vc Presidenta!", disse um internauta, que foi correspondido. "Amo você e todos da rede", respondeu Dilma. A presidente, no entanto, também foi cobrada sobre andamento de obras da Copa do Mundo no Brasil, que acontece a partir de junho. "Onde está o trem bala?", questionou outro internauta, que não obteve resposta.