PF indicia ex-diretor da Petrobras na operação Lava Jato

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 17/04/2014
O ex-diretor da área de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, está entre os indiciados

A Polícia Federal (PF) concluiu o relatório da operação Lava Jato, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, e indiciou 46 pessoas, entre elas o ex-diretor da área de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e o doleiro Alberto Youssef, acusado de ser um dos líderes do negócio.

Agora caberá ao Ministério Público decidir se oferece denúncia na Justiça contra os acusados. Ao todo, 15 pessoas ligadas ao esquema estão presas, inclusive Youssef e Costa. De acordo com a polícia, o grupo movimentou cerca de R$ 10 bilhões em operações ilegais. Também foi indiciado pela polícia o condenado no mensalão Enivaldo Quadrado, ex-proprietário da corretora Bônus Banval.

Parte da fraude, segundo as investigações, envolvia prestadoras de serviço que tinham contrato com a Petrobras. Os fornecedores fechavam negócio e depois repassavam dinheiro às empresas criadas pelo doleiro. Uma delas, a MO Consultoria, que seria de Youssef, que movimentou R$ 90 milhões entre 2009 e 2013. A propina, de acordo com a polícia, era distribuída para Costa, políticos e partidos.

A TV Globo teve acesso a informações do relatório da PF que mostram a estrutura do esquema investigado. No documento, a PF destacou que Youssef usava mais de 30 celulares para evitar interceptações. "Quando foi preso, em São Luís, ele estava com sete aparelhos, e em uma das empresas que seriam dele, a GFD Investimentos, já tinham sido apreendidos 27 telefones móveis."

A PF concluiu: "Faz necessário o cruzamento e a análise de 34 celulares para ter a real dimensão da rede de contatos do doleiro."

No âmbito da operação, a Justiça Federal autorizou o sequestro de três hotéis e seis residências de luxo. Foram apreendidos 25 veículos que valem mais de R$ 100 mil cada, cerca de R$ 6 milhões em dinheiro, joias e obras de arte – que serão destinadas nesta semana ao museu Oscar Niemeyer para custódia.

Como nem todo o material apreendido foi analisado, a PF poderá acrescentar informações que podem resultar em novas investigações sobre outros crimes, como fraude em licitação,  corrupção ativa e passiva, evasão de divisas e sonegação de impostos.