CPI ouve médico que deu atestado a Alcides Ramos

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 17/07/2013
"De todas as perguntas que fizemos, o médico respondeu pelo menos 95%” Aurita Bertoli, presidente da CPI

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Apucarana, que investiga denúncias de irregularidades contra o vereador Alcides Ramos Júnior (DEM), colheu ontem à tarde depoimento do médico psiquiatra Fábio Tucunduva de Moura, de Londrina. Foi ele quem deu atestado médico ao vereador, pelo qual ele solicitou, no dia 21 de junho, licença por mais 40 dias do exercício da função no Legislativo para tratamento de saúde. Ele já havia cumprido anteriormente 120 dias de licença para tratar de problemas pessoais, depois de ter ficado preso no Centro de Detenção e Ressocialização (CDR), de Londrina. Alcides responde a processos nas esferas eleitoral e criminal por supostas irregularidades praticadas na campanha eleitoral do ano passado e no exercício da presidência da Câmara no mandato anterior, conforme ações movidas pelo Ministério Público.

Tucunduva compareceu à Câmara acompanhado pelo seu advogado João Tavares de Lima. Os membros da CPI, vereadores Aurita Bertoli (PT), presidente da comissão, Luciano Molina (PMDB), relator, e Vladimir José da Silva (PDT), secretário, ouviram o médico na presença dos procuradores jurídicos do Legislativo, advogados João Batista Cardoso, Anivaldo Rodrigues da Silva Filho e Mauro Maia.

Tucunduva foi ouvido a portas fechadas pela CPI por cerca de 45 minutos. Após prestar depoimento, ele saiu sem falar com a imprensa. “Trata-se de sigilo médico”, disse seu advogado João Tavares.

A presidente da CPI, Aurita Bertoli, afirmou após a reunião que há dez dias a comissão vinha tentando colher o depoimento de Tucunduva, porém ele relutava em comparecer perante a comissão. Para sua surpresa, ontem pela manhã seu advogado comunicou à CPI que ainda ontem Tucunduva compareceria no período da tarde.

“De todas as perguntas que fizemos, o médico respondeu pelo menos 95%”, informou Aurita, salientando que o depoimento foi prestado de maneira tranquila. “Antes da reunião nós deixamos muito claro que ele poderia responder às perguntas de acordo com sua ética profissional”, explicou.

De acordo com Aurita, o médico Tucunduva revelou que Alcides Ramos Júnior compareceu em seu consultório apenas uma vez para fazer a consulta. Na ocasião, o vereador apresentava um quadro de depressão leve. O médico teria proposto uma licença por 30 dias, para que ele pudesse restabelecer sua saúde, porém o vereador pediu que fosse por 40.

Segundo Aurita, o médico revelou que depois desta primeira consulta não teve mais contato com Alcides Ramos, por isso não poderia dizer se houve evolução do quadro de depressão ou se ele já está bem. Isso só será possível quando ele retornar para revisão.