Serra diz que continuará dando aulas se for eleito

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 14/04/2010
Serra disse que a experiência como professor foi essencial

O pré-candidato à presidência da República, José Serra (PSDB), disse ontem que, se for eleito presidente, irá manter um hábito que adotou à frente do executivo: dar aula em escola pública. "Tempo tem e vou fazer", afirmou, em entrevista, por telefone, ao programa Geraldo Freire, da "Rádio Jornal", em Recife (PE).
 

Serra contou que dava aulas esporadicamente na quarta série do ensino fundamental, sem a presença da imprensa. Segundo ele, a experiência foi importante para aprender o que fazer na área da educação. "Você está lá, olhando, testando, vendo o que os alunos aprenderam de matemática, português", disse, ao observar que esta avaliação o levou a fazer mudanças relativas ao material para alunos e professores, por exemplo.
 

Serra destacou que a família e a educação serão o centro do programa social do seu governo. Por isto, não somente garantiu que pretende manter o Bolsa Família, como irá buscar maneiras de abrir oportunidades de futuro para os jovens das famílias que recebem o benefício, com oferta de ensino técnico e profissionalizante. Segundo o ex-governador de São Paulo, em média 20% dos jovens brasileiros estão desempregados. Ele afirmou ter recebido o governo paulista com 70 mil jovens no ensino técnico e deixou o cargo com 170 mil.
 

Para não deixar dúvidas sobre sua disposição de manter e aprimorar o Bolsa Família - preocupação levantada por ouvintes da rádio - Serra deu exemplo do que fez com o bilhete único, implantado pela ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT). Disse que ao assumir a prefeitura, ampliou o programa e as pessoas puderam pegar ônibus e também metrô com o mesmo bilhete.
 

Indagado por Geraldo Freire se tinha vergonha da presença do ex-presidente Fernando Henrique na sua campanha, foi direto: "Como poderia rejeitá-lo?" indagou, ao lembrar que, como ministro da Saúde, no governo de FHC, teve total apoio do então presidente para enfrentar multinacionais na quebra de patentes, a fim de implantar o programa de genéricos, assim como no Programa Saúde da Família. "Avançamos muito na época", avaliou. "Hoje a saúde não está bem".