Por Márcio Falcão
BRASÍLIA, DF, 20 de março (Folhapress) - Autor da denúncia de homofobia contra o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) no STF (Supremo Tribunal Federal), o procurador-geral da República Roberto Gurgel afirmou hoje que o pastor não está "minimamente indicado" para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
Envolvido em uma série de polêmicas, o deputado é criticado por entidades ligadas aos direitos humanos por acusações supostamente racistas e homofóbicas, mas diz ter sido mal interpretado. Para o procurador-geral, a saída dele do cargo seria positiva.
"Não há dúvida de que não é uma indicação adequada. É algo que se sucede dentro do Congresso Nacional, mas é algo que a toda evidência não se trata de indicação adequada", afirmou.
Segundo Gurgel, o deputado não tem as credenciais necessárias para o posto. "É uma pessoa que por sua história de vida, por sua trajetória, não está minimamente indicado para presidir uma comissão importantíssima como essa", completou.
Na avaliação do procurador, o PSC deveria refazer a indicação para o comando da comissão. "É um dado positivo que o próprio partido perceba que haverá pessoas mais vocacionadas para este cargo", disse.
Em janeiro, Feliciano foi denunciado por Gurgel, que considerou homofóbica a mensagem do deputado no microblog Twitter com a frase "A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, à rejeição".
Como não há crime de homofobia, o procurador o enquadrou em crime de discriminação, com pena de um a três anos de prisão.
O pastor ainda responde por estelionato por ter recebido R$ 13,3 mil para realizar dois cultos religiosos no Rio Grande do Sul, mas não compareceu aos eventos.