Panfleto do PT pede voto em Haddad para "acabar com as OSs"

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 26/10/2012





Por Daniela Lima

SÃO PAULO, SP, 26 de outubro (Folhapress) - Um panfleto editado por uma corrente do PT paulistano pede votos para Fernando Haddad (PT) dizendo que ele, se eleito, vai acabar com a participação das Organizações Sociais na Saúde.

"Dia 28 votar 13: pelo fim das Organizações Sociais que privatizam a Saúde em São Paulo", diz a abertura do texto. O coordenador-geral da campanha de Haddad, Antonio Donato, reconhece que o texto foi produzido por uma corrente minoritária do PT que historicamente defende o fim das OSs. Ele afirma, no entanto, que o material não representa da posição da campanha e de Haddad, que tem dito que manterá as parcerias.

"A vitória de Haddad do PT, derrotando o Serra do PSDB na capital paulista, é o caminho que o povo trabalhador da cidade tem para prosseguir e reforçar sua luta por serviços públicos, em particular na saúde", diz o texto.

"O sangue do PSDB tem a marca da privatização. E a situação da saúde em São Paulo é uma trágica consequência disso. Com a vitória do PT podemos reverter essa situação. Porque na veia do PT corre a nossa marca, desde a fundação: a defesa dos serviços públicos."

A posição do PT sobre as organizações sociais foi trazida ao centro do debate eleitoral na reta final pelo adversário de Haddad, José Serra (PSDB). Com base num trecho do programa de governo do petista, Serra passou a afirmar que, se eleito, o rival irá acabar com as OSs.

Após os ataques, Haddad deu diversas versões sobre o tema. Primeiro, disse que faria concurso público nos hospitais geridos por OSs. Depois, disse que manteria o sistema atual, mas ampliaria a fiscalização. Ele acusou o Serra de fazer "terrorismo".

O panfleto petista critica o recuo de Haddad. "É um equívoco achar que a situação pode melhorar com fiscalização, como disse o companheiro Haddad".

O texto termina dizendo que é preciso eleger Haddad e fazer uma mobilização para que ele "cumpra a decisão partidária de fim das OSs, abertura de concursos públicos e devolução à prefeitura de todas as unidades que hoje são geridas pelas organizações sociais".

Donato afirmou que a campanha do PT não poderia proibir a corrente do partido de manifestar sua opinião. "Mas essa não é a posição da campanha nem de Haddad".

"A posição deles não prevaleceu. Ela não expressa a decisão da campanha e de Haddad", afirmou. Segundo ele, os aliados que são contra as OSs disseram que divulgariam o comunicado apenas internamente. "O que me disseram é que esse comunicado seria dirigido internamente, uma coisa pequena", afirmou.