Para Alckmin, discurso de Serra sobre saída da prefeitura era "necessário"

Autor: Da Redação,
terça-feira, 04/09/2012





SÃO PAULO, SP, 4 de setembro (Folhapress) - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu hoje o pronunciamento de José Serra sobre sua saída da prefeitura em 2006, veiculado durante sua propaganda eleitoral de ontem.

Para Alckmin, o discurso era "muito necessário" para reduzir seu índice de rejeição - segundo pesquisa Datafolha, 43% dos eleitores paulistanos não votariam em Serra para prefeito de São Paulo de jeito nenhum.

"Isso [rejeição] não é fixo, é momento político, para isso tem campanha. O pronunciamento do Serra ontem foi muito importante, muito necessário para não deixar dúvida em relação ao seu mandato de quatro anos", afirmou.

Ontem, Serra gastou 30% de seu tempo na TV para explicar ao eleitor por que deixou o mandato um ano e três meses depois de ter assumido. Foi a primeira vez que o tema esteve em sua campanha.

O governador disse estar "confiante" de que Serra vai para o segundo turno.

Alckmin participou hoje do seminário Controle da Corrupção, organizado pelo MPD (Movimento Ministério Público Democrático), associação que reúne procuradores e promotores de 22 Estados brasileiros.

Em sua participação no seminário, Alckmin defendeu a reforma política, afirmando que o grande número de partidos políticos no Brasil é - "muitos deles de aluguel" - são um fator que contribuem para a corrupção.

"O sistema político brasileiro está de ponta cabeça, vai mal e tem tudo para piorar. Não há democracia que tenha 30 legendas, muitas delas aluguel, com dinheiro público na veia e horário de rádio e televisão", afirmou. "Você dificulta a governabilidade e estimula atividade ilícita." Ele defende o fim das coligações proporcionais.

Ao final, Alckmin disse que o julgamento do mensalão pelo STF (Supremo Tribunal Federal) é um exemplo do avanço no combate à corrupção. "A impunidade acaba estimulando o malfeito, a punição tem um sentido pedagógico para melhorar a vida pública", afirmou.