A Prefeitura de Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná, cometeu um erro ao homenagear como nome de rua o deputado federal Rubens Paiva, que foi cassado, preso e morto pela ditadura militar. A denominação da via teve o acréscimo do título de "Marechal" ao nome de Paiva, que nunca foi militar, mas, sim, engenheiro e político.
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Rubens Paiva foi um defensor da democracia e dos direitos humanos. Sua morte é um símbolo da luta contra o autoritarismo e foi retrada no filme "Ainda Estou Aqui", que ganhou o primeiro Oscar da história do Brasil na categoria de melhor filme internacional.
A inclusão do título 'marechal' justamente para uma vítima da ditadura militar chamou atenção dos moradores após o sucesso do filme, que acionaram a Prefeitura para solicitar a mudança. O município informou que irá avaliar a situação junto ao departamento jurídico, mas não deu prazo para uma eventual mudança.
O título de marechal é o mais alto posto na hierarquia do Exército brasileiro, concedido a generais em situações de guerra. Entretanto, Paiva foi engenheiro e político e nunca teve vínculo com as forças armadas.
O pedido para batizar a rua com o nome do ex-deputado foi protocolado na década de 90 e moradores afirmam que a rua foi batizada com o nome há pelo menos 30 anos.
A Rua Marechal Rubens Paiva tem apenas duas quadras, onde há cerca de 40 residências, no Loteamento Bairro Novo Mundo.
Brasil tem oito endereços "Rubens Paiva"
O Brasil tem ao menos oito endereços com o nome "Deputado Rubens Paiva" ou "Rubens Paiva", segundo os Correios. Na Zona Norte da cidade de São Paulo, uma via foi batizada em 1992 com o nome do engenheiro e deputado federal cassado, preso e morto pela ditadura militar que foi retratado no filme "Ainda Estou Aqui".
A prefeitura da capital paulista informou que a rua foi nomeada em homenagem a Paiva, conforme o decreto nº 31.230. A escolha do nome foi sugestão da Sociedade Amigos do Jardim Thereza.