Seis agentes que atuam na Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam), da Polícia Militar (PM), foram presos por suspeita de crimes como abuso de autoridade, peculato, fraude processual, porte ilegal de armas e porte de drogas, em Guaratuba, no litoral do estado. Os policiais foram presos nessa terça-feira (25) durante um desdobramento de uma investigação feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Os presos foram alvo de nova fase da operação "Fish", realizada pelo Gaeco e pela Corregedoria da Polícia Militar. Ao todo, oito mandados foram cumpridos.
Outros dois policiais militares, irmãos, foram presos em agosto deste ano na mesma operação e por suspeita de crimes similares. Eles estão detidos no 29º Batalhão de Polícia Militar, em Curitiba. Ambos foram denunciados por porte ilegal de armas pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), em setembro.
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Segundo o MP-PR, as ordens judiciais determinaram a suspensão do exercício das funções dos militares presos, além da entrega de armas, coletes, carteira funcional e outros itens ligados ao exercício da função.
De acordo com o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, o MP-PR aguarda resultados de perícias em celulares, além de outras pendências, para oferecer denúncia contra os seis presos na nova fase da operação. Não há prazo para isso acontecer.
Em nota, a Polícia Militar disse que "não compactua com o desvio de conduta de seus integrantes e ressalta todas as denúncias são investigadas para restabelecer a verdade dos fatos".
Em 7 de outubro, na mesma operação, o Gaeco e a Corregedoria da Polícia Militar (PM-PR) também apreenderam celulares, notebooks, tablets, pendrives e hds em residências de Guaratuba, que estão sendo analisados. Na ocasião, ninguém foi preso.
Início da operação
A operação Fish foi desencadeada em agosto, quando houve busca e apreensão de armas irregulares, drogas e balanças em uma sala utilizada pelos policiais na sede da Companhia da Polícia Militar de Guaratuba.
No local também foi encontrada a chave de um veículo que era mantido no pátio da unidade da PM, no qual foram localizadas armas, munições irregulares, quase um quilo de maconha e cerca de 870 gramas de cocaína.
Os primeiros presos foram um 2º sargento e um soldado. Na casa do sargento, segundo o Gaeco, foram apreendidos R$ 70 mil em espécie e R$ 205 mil em cheques.
Na época, Batisti afirmou que os policiais "cometiam sucessivos atos de abuso de autoridade, inclusive com ameaças de plantarem, eventualmente, drogas para fazer aquela pessoa ser levada à prisão e até, eventualmente, armas atribuídas àquelas pessoas em relação às quais eles eram chamados a observar".
Com informações do G1.