PM que agrediu mulher cometeu transgressão disciplinar

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 25/09/2024
Policial que agrediu mulher em Itambaracá já responde processo por agredir uma vítima dentro de uma delegacia.

A Polícia Militar do Paraná (PM-PR) concluiu que o CABO cometeu uma “transgressão disciplinar” por ter dado tapas, chutes, puxado o cabelo e arrastado uma mulher em Itambaracá, no norte do Paraná.

Em nota, a defesa informou que o agente "passa por acompanhamento psicológico" e que ainda não foi intimada da homologação do inquérito.

A vítima estava em um bar com seus colegas quando os policiais chegaram ao estabelecimento para atender uma ocorrência de perturbação de sossego.

Em entrevista, ela comentou que nunca vai esquecer a violência física e psicológica que sofreu.

A mulher seguiu sendo arrastada pelos pés, arrastada pelos cabelos e lançada na calçada pelo agente. Depois do ocorrido, o policial militar foi retirado de suas funções e designado para um "novo cargo". Ele já enfrenta outros processos por agressões.

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O que diz o inquérito

O inquérito foi conduzido pelo 18º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento em Itambaracá e onde o PM investigado trabalha. A investigação foi encerrada no dia 19 de setembro, menos de um mês após o caso.

É latente que o resultado das lesões resultantes da ação policial foi de sua responsabilidade (cabo). Há provas robustas de crime militar e de transgressão disciplinar”, cita o relatório.

A atuação do policial foi considerada "grave" pelo tenente-coronel Walter João Marques Luiz, que está à frente do 2º Comando Regional da PM e validou a investigação interna.

Sobre o vídeo que registrou a violência, os oficiais encarregados do inquérito esclareceram que ainda não é possível classificar como "prova confiável e isenta de falhas", uma vez que o celular da testemunha que capturou as imagens ainda não foi submetido a uma perícia pelo Instituto de Criminalística.

O objetivo do encaminhamento é demonstrar que as imagens são fidedignas com a realidade dos fatos ocorridos naquela madrugada, sem nenhum tipo de corte ou edição. Após a perícia, poderá se afirmar que a gravação contendo 1 minuto e 13 segundos corresponde com a verdade dos fatos”.

O cabo foi ouvido, mas escolheu manter o silêncio, assim como o outro policial que estava com ele durante o incidente. Também prestaram depoimento a vitima que sofreu as agressões e amigos que testemunharam o ocorrido.

Em comunicado, a Secretaria de Estado de Segurança Pública informou que o Inquérito Policial Militar foi enviado ao Ministério Público da Justiça Militar Estadual “para análise no contexto criminal”.

Conforme a secretaria, os policiais serão investigados em um processo administrativo disciplinar, “respeitando o contraditório e a ampla defesa com o objetivo de verificar a capacidade dos envolvidos em permanecer ou não integrando as fileiras da corporação”.

Com informações G1