O policial militar flagrado agredindo um casal na festa de aniversário de 62 anos de Roncador (PR) foi transferido para Ubiratã e permanece em atividade. De acordo com uma nota enviada à imprensa pelo 11º Batalhão de Polícia Militar - onde o agente atua há 10 anos -, o caso está sendo investigado.
O nome do policial envolvido na confusão não foi divulgado. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o PM agredindo uma mulher e nocauteando um homem na praça pública da cidade. (Assista abaixo)
O homem golpeado pelo agente de segurança tem 28 anos e conversou com a imprensa a respeito do episódio. Ele disse que, após ser nocauteado e estar inconsciente, o PM o agrediu com tapas no rosto.
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"Eu fui conversar com ele, aí ele deu um soco e já caí", disse o jovem em uma entrevista concedida ao G1. A vítima preferiu não divulgar o nome.
Ainda segundo o jovem, ele se sente inseguro de sair de casa. "É complicado. Dá vergonha, medo de acontecer alguma coisa.[...] A minha esposa não dormiu e me deixou preocupado, ela estava com medo de eles entrarem lá", disse.
Depois de ser agredido pelo PM, o homem precisou receber atendimento médico. Na sequência, foi encaminhado para a delegacia, onde assinou um termo circunstanciado por desacato e foi liberado.
A companheira dele, agredida pelo agente por meio de puxões de cabelo, não precisou ser socorrida.
Detalhes sobre o caso
Um policial militar de 32 anos se tornou alvo de uma investigação por conta da atitude que tomou contra um casal durante a festa de aniversário de 62 anos de Roncador, no norte do Paraná. O agente de segurança agrediu a mulher e nocauteou e deu tapas no rosto do homem. O fato foi registrado na noite do último domingo (5).
O momento em que a situação ocorreu foi filmado por terceiros. Em um registro que circula as redes sociais, é possível ver o PM puxando a mulher pelo cabelo e colocando o joelho sobre ela. Na sequência, o homem, que tem 28 anos, surge e tenta falar com o policial quando recebe um soco. O homem desmaia e cai.
O policial investe contra ele e dá tapas em seu rosto. Outro agente pede para ele se afastar.
Após a confusão, o homem que levou um soco recebeu atendimento médico. A mulher, por sua vez, não precisou ser socorrida.
O tenente do 11º Batalhão de Polícia Militar, Leniel Correia Evangelista, informou que o agente envolvido no caso trabalha há dez anos na corporação. O nome dele não foi divulgado.
Ainda segundo o PM Leniel, tudo começou após um desentendimento entre o homem e a mulher. "Os policiais, se deparando com a situação, fizeram o uso da força para conter uma das mulheres [...]. O boletim diz que esse rapaz tentou segurar o braço do policial, e o policial não sabia do que se tratava e usou de força para repelir esse indivíduo", disse.
Depois de ser atendido, o homem golpeado pelo policial foi encaminhado para a delegacia, onde assinou um termo circunstanciado por desacato. Ele foi liberado na sequência.
Veja:
Investigação
O policial não foi afastado e continua na função. Segundo o tenente, a conduta do PM será investigada.
"O comandante tomou conhecimento. Tivemos acesso ao vídeo e ao boletim de ocorrência e já foi determinado a instauração de Inquérito Policial Militar para que essa situação em específico seja analisada", disse.
Nota à imprensa
O 11º BPM enviou uma nota à imprensa a respeito do caso. Confira:
"A Polícia Militar do Paraná tomou conhecimento, através de vídeo e de boletim de ocorrência, acerca de um tumulto ocorrido neste domingo (05 nov. 23) durante a festa de Roncador — PR. O boletim de ocorrência traz que havia diversas pessoas em vias de fato na praça em frente a prefeitura, de modo que a segurança privada do evento solicitou apoio dos policiais presentes para a contenção. Nesse momento, alguém se aproximou do policial e tentou segurar seu braço, de modo que foi feito o uso da força para repeli-lo. Durante a ação, o envolvido desacatou os policiais, motivo pelo qual foi confeccionado termo circunstanciado pelo crime de desacato.
A PMPR reitera seu compromisso inabalável com a lei, a ordem e a ética, e repudia veementemente qualquer comportamento contrário a esses princípios. Ações ilegais cometidas por militares estaduais não refletem os valores e o profissionalismo da corporação, que se dedica diuturnamente à proteção e ao bem-estar da população paranaense, na preservação da ordem pública e manutenção da paz social.
A instituição apurará com rigidez e transparência a conduta sob o prisma da administração militar, mediante instauração de Inquérito Policial Militar, na forma da lei em vigor."