A Polícia Militar (PM) anunciou nesta segunda-feira (22) que abriu Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar dois vídeos que mostram policiais militares torturando rapazes em Matelândia, no Oeste do Paraná. A gravação viralizou no final de semana após postagem feita pelo deputado estadual Renato Freitas (PT) e em outros perfis na internet. Um policial militar que aparece nas imagens foi afastado. O Ministério Público do Paraná (MP-PR) também vai investigar o caso.
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Segundo a PM, uma ocorrência é de 2017 e a outra está com a data sob apuração. Dois policiais já foram expulsos da corporação e condenados criminalmente por tortura, enquanto outro foi afastado e está sob investigação. Na primeira gravação, um dos presos está algemado e com uma luva de látex na cabeça. A Polícia Militar disse que tomou conhecimento dessa primeira situação ainda em 2019, quando as providências legais foram então tomadas.
Um segundo vídeo, no entanto, não teria até agora chegado ao conhecimento da PM. Nas imagens, um policial militar segura uma pessoa presa para que outro agente bata na sola do pé dela com uma vara. Com a divulgação das imagens nas redes sociais, os policiais militares foram identificados. Segundo a corporação, um deles já havia sido expulso e também condenado pela Justiça devido aos fatos identificados no primeiro vídeo.
O segundo policial envolvido, no entanto, foi afastado somente agora das funções operacionais. Ele aparece na gravação rindo e segurando o preso torturado. O tenente-coronel da Corregedoria da Polícia Militar do Paraná, Idevaldo de Paula Cunha Junior, explicou, nesta segunda-feira (22), que os fatos serão apurados com rigor.
Segundo o tenente-coronel, a situação que veio à tona nos últimos dias será tratada da mesma forma como a primeira, em que os policiais foram expulsos e condenados.
Já o MP-PR informou que, ao tomar conhecimento das imagens, apurou se tratar de dois fatos distintos, ocorridos na cidade em datas diferentes no ano de 2017. “Quanto ao primeiro deles, em que um dos detidos está algemado e com uma luva de látex cobrindo a cabeça, já houve apuração e responsabilização criminal dos agentes envolvidos. Os policiais foram condenados, definitivamente, pelo crime de tortura, e foram também condenados à perda do cargo público (autos 0010091-31.2019.8.16.0013)".
Quanto ao segundo fato reportado, segundo o MP, "em que há, aparentemente, o concurso de três policiais militares – dois deles também envolvidos na situação já apurada e que já foram expulsos – informa-se que os fatos não haviam chegado ao conhecimento do Ministério Público e que serão adotadas medidas apuratórias para esclarecimento e eventual responsabilização dos envolvidos”.