Uma inspeção sanitária foi realizada na noite de sexta-feira (16) e se estendeu até a madrugada deste sábado (17) no Hospital Metropolitano de Sarandi, noroeste do Paraná. Após a ação, pelo menos 40 pacientes que estavam internados nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da instituição, que enfrenta problemas financeiros, foram transferidos para outras unidades de saúde.
Diversas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e até mesmo helicópteros foram empregados no transporte dos pacientes. Conforme o diretor-geral do Samu, Maurício Caetano, há pelo menos 40 pacientes cadastrados para transferência, mas alguns estão recebendo alta. O Hospital Metropolitano atende mais de 50% dos pacientes pelo SUS.
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Funcionários do Hospital Metropolitano de Sarandi, que preferiram não se identificar, informaram que a instituição enfrenta uma crise e, em decorrência disso, os salários dos trabalhadores estão atrasados e há dificuldades para a compra de insumos.
Alguns funcionários utilizaram as redes sociais para denunciar o caso, que, inclusive, conta com relatos graves. "Os médicos estão tendo que escolher para qual pct irão prescrever antibiótico ou não... Até as sedações estão sendo fracionadas", disse. "Carrinhos de emergência ficam abertos para os funcionários se virarem como podem... Sem contar, que até sonda de aspiração está sendo reutilizada", continuou.
"O pior do que a falta de pagamento, são as condições de trabalho... pacientes sem fralda, sem antibiótico, sem produtos de higiene, falta até lençol, avental para os funcionários... Tá uma vergonha", concluiu.
Nas últimas semanas, houve pedidos de demissão em massa devido aos atrasos, o que levou ao fechamento de dois setores de enfermaria. Na última quinta-feira (15), médicos divulgaram uma carta aberta à diretoria da unidade alertando para a falta de suprimentos e a necessidade da resolução do problema. O corpo clínico chegou a sugerir a suspensão de cirurgias não emergenciais para que não falte medicamentos para atendimentos urgentes.
O atraso no pagamento de salários teve início em janeiro, o que motivou protesto dos trabalhadores. O Sindicato dos Trabalhadores em estabelecimentos de saúde de Maringá e região (Stessmar) denunciou o Hospital na Justiça do Trabalho e através de ação coletiva, pede que o pagamento imediato seja determinado em uma medida cautelar.
A Secretaria de Estados da Saúde se manifestou a respeito do caso por meio de uma nota. A Sesa alegou que não existem pendências em relação aos repasses ao hospital.
“A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) esclarece que não há pendências da pasta em relação aos repasses ao Hospital Metropolitano de Sarandi. Após a constatação da ausência de funcionários na unidade, a central de leitos do Estado deu início ao remanejamento de pacientes dentro da esfera macro da região, visando garantir a plena assistência a todos que necessitem dos serviços hospitalares", diz a nota.
Com informações do GMC Online.