A Ponte da Integração Brasil - Paraguai, entre Foz do Iguaçu e Presidente Franco, é uma das peças mais simbólicas do tabuleiro da parceria estratégica desenvolvida pelo Governo do Estado com a Itaipu Binacional para a região Oeste. Os investimentos já anunciados pela estatal ultrapassam R$ 1,4 bilhão e ajudarão o Paraná a resolver gargalos logísticos históricos e a mudar de patamar em relação aos demais estados.
Os compromissos foram assumidos pela Itaipu em conjunto com o Governo do Estado e atendem um dos principais objetivos, que é o desenvolvimento econômico dos municípios que integram sua área de atuação. Por meio de uma política de austeridade, cada megawatt-hora gerado passou a ser transformado em desenvolvimento por meio de obras que deixarão um legado para a região.
O investimento mais visível é o da Ponte da Integração Brasil – Paraguai, que atingiu quase 45% de execução em novembro. A perimetral até a BR-277, que acompanha a obra, começará a ser construída em 2021.
Ela será maior que a Ponte Internacional da Amizade e está localizada cerca de 10 quilômetros abaixo dela, em direção ao Rio Iguaçu. A margem paraguaia da usina vai financiar uma outra ponte, que ligará Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta, no país vizinho, com acesso ao oceano Pacífico.
Outra obra em andamento é a ampliação da pista do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, que já alcançou 65%. A estrutura proporcionará mais voos para o município, concorrendo com destinos do mundo inteiro, e é parte do projeto de transformar o Paraná no hub de distribuição da América do Sul. A nova pista terá 2,8 mil metros, 605 metros a mais que a atual. As obras encerrarão em abril de 2021 e estão orçadas em R$ 55 milhões. A duplicação da via de acesso já encerrou e a ampliação do pátio de manobras já atingiu 90%, com investimento adicional de R$ 15,5 milhões.
CATARATAS - A duplicação da Rodovia das Cataratas também será financiada quase que integralmente pela Itaipu Binacional (R$ 136,3 milhões dos R$ 139,4 milhões necessários). O restante será bancado pelo Governo do Estado. A BR-469 é a única via de acesso às Cataratas do Iguaçu e ao aeroporto e o mais importante corredor turístico da cidade. Serão revitalizados 8,7 quilômetros, do trevo de acesso à Argentina até a entrada do Parque Nacional do Iguaçu.
A obra inclui vias marginais, ciclovia, um viaduto na entrada do aeroporto, três trincheiras, ponte elevada sobre o Rio Tamanduá, canalização do Córrego Carimã, uma passarela para pedestres, dois passa-faunas e uma rotatória da entrada do Parque Nacional do Iguaçu.
A expectativa é que a licitação seja feita ainda em 2020 pelo Governo do Estado e que as obras iniciem no primeiro semestre de 2021 (possivelmente entre março e abril). O contrato deve prever 36 meses até a conclusão, ou seja, até 2024.
OESTE - A Itaipu Binacional também aportará R$ 223,8 milhões para finalizar a revitalização da Estrada Boiadeira, entre Porto Camargo e Umuarama. A intervenção do Lote 1 começou a sair do papel no começo do ano passado e atingiu 33% em novembro, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), gestor e executor do contrato original. Essa licitação envolve pavimentação do traçado original, um contorno em Icaraíma e nove viadutos. O empreendimento engloba, ao todo, 46 quilômetros de obras.
A obra terá repercussão imediata e de longo prazo. Do lado estratégico, ela contribui com a criação de uma rota bioceânica conectando o Porto de Paranaguá e outros terminais brasileiros a Antofagasta, no Chile. No futuro, a ligação prevê uma rodovia de mais de 2,4 mil quilômetros entre Campo Grande (MS) e o porto chileno, que poderá reduzir em até duas semanas o tempo de viagem das exportações do Brasil para os países orientais, principalmente China, Japão e Coreia do Sul. Na questão local, resolve uma pendência que se arrasta há mais de três décadas.
Também está na agenda o Contorno de Guaíra, intervenção de 4,6 quilômetros de extensão. Ele vai da BR-163 (acesso ao Mato Grosso do Sul), logo na primeira saída da ponte, à BR-272 (ligação com Umuarama). É uma antiga reivindicação da cidade, que enfrenta problemas no trânsito e dificuldades de manutenção da Rua Oswaldo Cruz e da Avenida Almirante Tamandaré (trechos municipalizados da BR-163), que recebem o fluxo intenso de caminhões.
O valor do investimento é orçado em R$ 65.845.507,26. O convênio ainda está sendo finalizado porque ele prevê contrapartida do Governo do Estado. A expectativa é de iniciar o processo licitatório em 2021.
Outro convênio com Guaíra é o da modernização da Ponte Ayrton Senna, que liga o município e o Paraná ao Mato Grosso do Sul. A intervenção completa envolve restauração (patologias, sinalização e dispositivos de segurança) do trecho de 3,6 quilômetros da ponte sobre o Rio Paraná, recuperação asfáltica de 1,1 quilômetro de acessos entre o fim do perímetro urbano de Guaíra e o início da ponte e substituição da iluminação (serão 134 novos postes fotovoltaicos autônomos). O valor do investimento será de R$ 26.171.923,85.
O Contorno Oeste de Cascavel também será modernizado, ao longo de uma extensão de 19,07 quilômetros, conectando a BR-277 (ligação com Foz do Iguaçu) à BR-163 (acesso à Toledo e ao Sudoeste). O convênio prevê duas intervenções. A primeira obra é a duplicação integral do trecho de 14,3 quilômetros. A segunda é a construção de um acesso até a Avenida Brasil, de 4,7 quilômetros, na altura do bairro Santo Inácio.
A estatal de energia também auxiliará na duplicação de um trecho urbano da BR-277 em Cascavel, com investimento de R$ 85 milhões.
MAIS OBRAS – A programação de aportes financeiros da usina inclui, ainda, o novo Mercado Municipal de Foz (R$ 9,3 milhões), modernização do Hospital Ministro Costa Cavalcanti (R$ 64,7 milhões), ciclovias (R$ 17,3 milhões), fingers do Aeroporto de Cascavel (R$ 3,9 milhões), parque linear em Cascavel (R$ 11 milhões), projetos de apoio para a Secretaria de Segurança Pública (R$ 27,4 milhões) e casas populares na Região Oeste (R$ 21,5 milhões), entre outros.
QUALIDADE AMBIENTAL - O Governo do Estado e a Sanepar também assinaram com a Itaipu Binacional e o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) uma parceria para ampliar a qualidade ambiental nas bacias da região lindeira e a vida útil do Lago de Itaipu. O documento estabelece o compartilhamento de dados e tecnologia para segurança de barragens e tratamento de efluentes e esgoto.
O protocolo tem como objetivo implementar uma série de ações estratégicas nas Bacias do Paraná III e dos Rios Ivaí, Piquiri e Silva Jardim, e investimentos em saneamento básico para os municípios lindeiros ao lago, especificamente Missal, Ramilândia, Medianeira e Serranópolis do Iguaçu.