Um dos hospitais referência do Norte Pioneiro do Paraná, acionado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) para o atendimento de pacientes da Covid-19 durante a pandemia, virou protagonista de um livro recém-lançado por profissionais da saúde. É um relato de diferentes pessoas que participaram na linha de frente durante o período de enfrentamento à doença, no Hospital Dr. João Lima/Cegen, no município de Cornélio Procópio, da 18ª Regional de Saúde.
A obra “O Heroísmo por Trás das Luvas, Máscaras e Aventais: A História do Covid-19 no Norte Pioneiro Paranaense” inicia contando a chegada da pandemia no País, e os primeiros casos de pessoas infectadas com o vírus e como os profissionais da saúde e a própria estrutura tiveram de se adaptar à nova realidade.
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Em um dos trechos, um dos autores lembra quando tiveram de interromper os atendimentos comuns e mudar a forma de receber os novos pacientes. “Dia 15 de junho de 2020 veio a comunicação oficial de que o hospital já poderia internar pelo Sistema Único de Saúde (Sus) os pacientes graves e gravíssimos portadores de coronavírus. Em menos de 48 horas todos os leitos estavam ocupados”, escrevem os autores João Batista Filho, André Coelho Lima e Arthur Crepaldi Vigatto, todos da área da saúde.
A instituição atendeu 1.238 pacientes diagnosticados com a doença, de 47 municípios paranaenses.
Relatos de vidas perdidas, da fadiga e das incertezas do dia a dia, além de experiências e testemunhos, fazem parte das 108 páginas que compõem a narrativa. Em um dos capítulos, há um relatório técnico com informações e perfil dos internamentos, como a taxa de ocupação (em 2021 era de 100%), a média de idade dos pacientes (63 anos), prevalência (masculino), número de alta hospitalar (946) e de óbitos (292).
“Foram momentos de muita reflexão, tomada de decisões e profissionalismo. Todos esses registros, juntos em um livro, específico dessa região, têm um grande valor”, ressaltou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
ORGANIZAÇÃO – O livro lançado no início do mês levou três anos até a publicação. Com 20 capítulos, teve também a participação de outros profissionais do corpo clínico que atuavam no hospital. Para o presidente da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Paraná (Fehospar), Rangel Silva, o próprio título esboça quantas histórias emocionantes se pode encontrar. “Tivemos muitas perdas, muitas pessoas morreram, mas também muitas vitórias. Já li e são relatos realmente muito emocionantes”, disse.