Durante evento com prefeitos no Norte do Paraná nesta sexta-feira (4), o diretor-geral de Itaipu Binacional, Enio Verri, anunciou o início de estudos para instalar sobre a lâmina de água da usina, em Foz do Iguaçu (PR), placas solares, que teriam capacidade para gerar energia “de uma nova Itaipu”. A declaração foi dada em Apucarana (PR), quando Enio Verri se reuniu com prefeitos para informar que, a partir de agora, a Itaipu vai fazer investimentos em todos municípios do Paraná e não apenas na região Oeste do Estado. Veja vídeo abaixo
“A geração de energia é importante, mas hoje não há falta de geração de energia (no Brasil). A Itaipu tem condições de produzir muito mais do que produz. Além de ter uma capacidade de produção gigantesca e um modelo de energia ambientalmente correto, nós temos condições de, no lago de Itaipu, gerar energia solar sobre o fio d’água. Nós estamos fazendo estudos para colocar placas solares para produzir uma outra Itaipu, só que de energia solar”, afirmou o diretor-geral.
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A afirmação foi feita após questionamento sobre projetos de usinas hidrelétricas em rios do Paraná. Segundo Enio Verri, não há essa necessidade diante do potencial de Itaipu. “Não precisamos alterar a natureza com novas usinas. Nós precisamos usar melhor o que temos e investir nas energias solar e eólica, que causam menores danos ao planeta, e é isso que temos que nos preocupar hoje”, acrescentou Enio Verri, que é de Maringá (PR) e deixou o mandato na Câmara Federal para assumir o cargo na usina.
A capacidade instalada de Itaipu atualmente é de 14 gigawatts (GW). São 20 unidades geradoras de 700 megawatts (MW) cada, segundo informações disponíveis na página da usina na internet. A Itaipu fornece 8,6% da energia consumida no Brasil e 86,3% do consumo paraguaio.
A reportagem procurou mais informações sobre o assunto junto à assessoria da Itaipu, que informou que o projeto está ainda na fase inicial, sem projeção de investimentos e início de operação.
No evento com os prefeitos, o diretor-geral anunciou mudanças nos investimentos de recursos da usina. “A Itaipu muda radicalmente sua visão de papel e de missão. Nos últimos anos, a Itaipu estava investindo seus recursos só em infraestrutura, como estradas e pontes, que são importantes, mas mais importante é a vida das pessoas e a proteção do planeta”, disse Verri.
Além da geração de energia, ele afirma que a meta sob sua gestão, seguindo as determinações do governo Lula, é investir em políticas ambientais e sociais. “A grande novidade é que esse grande investimento não será só no oeste do Paraná, mas podemos investir agora também nos 399 municípios do Paraná e em 35 do Mato Grosso do Sul”, disse.
Segundo ele, os valores disponibilizados vão depender também dos projetos que serão enviados pelas prefeituras. “Será um projeto por município. Digamos que a prefeitura queira investir em resíduos sólidos, na área de reciclável, a Itaipu pode ajudar na compra de caminhão, prensas e equipamentos. Em contrapartida, a Itaipu também exige que a cidade projeta suas minas, invista em educação ambiental. Se não fizer isso, aí os recursos de Itaipu serão interrompidos”, pontua.