O Núcleo de Ponta Grossa do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná deflagrou nesta quinta-feira, 7 de dezembro, a segunda fase da Operação Pax, que investiga atuação de organização criminosa relacionada ao tráfico de drogas.
- LEIA MAIS: PF prende 15 suspeitos de tráfico internacional de drogas no Paraná
Foram cumpridos, com o apoio das Polícias Civil, Militar e Científica, cinco mandados de prisão preventiva e 26 mandados de busca e apreensão. As ordens judiciais, expedidas pela 1ª Vara Criminal de Ponta Grossa, foram cumpridas em Curitiba, Ponta Grossa e São José dos Pinhais e nos estados de São Paulo (Birigüi) e Rondônia (Porto Velho). Duas pessoas também foram presas em flagrante, por tráfico de drogas e porte de munições.
As investigações tiveram início há dois anos e identificaram uma organização responsável por tráfico de drogas e armas. Para dominar o mercado ilícito, integrantes da organização teriam eliminado vários componentes de grupos rivais, tanto em Ponta Grossa como em outras regiões do estado. Segundo apurado, o grupo agia sem permitir qualquer possibilidade de defesa às vítimas, com dezenas de disparos de armas de fogo e, em algumas ocasiões, com emprego de armas de calibre restrito, como fuzis. Esse contexto de “guerra de facções”, apontaram as investigações, teria sido responsável pelo aumento do número de homicídios na região de Ponta Grossa nos anos anteriores.
Fase anterior – A primeira fase da operação foi deflagrada em 2022 e teve como objetivo desarticular a organização criminosa, tendo resultado, na ocasião, na redução do número de assassinatos na cidade. A partir dessa primeira etapa, houve a propositura pelo Gaeco de Ponta Grossa de duas ações penais contra 16 pessoas pelos crimes de organização criminosa, porte e posse irregular de armas de fogo de uso permitido e restrito, disparos de arma de fogo e uso de documentos falsos.
O prosseguimento das investigações constatou a prática do crime de lavagem de dinheiro, com a utilização de “laranjas” para a movimentação de dezenas de milhões de reais provenientes de atividades ilícitas, sendo identificados novos integrantes da organização envolvidos em outros eventos criminosos da mesma natureza.
Liderança presa – Na atual fase da operação, além das prisões e buscas em residências e empresas, foram realizadas buscas em um presídio para localização de materiais ilícitos e aparelhos celulares, uma vez que muitos dos presos da organização criminosa, inclusive a principal liderança do grupo, estariam envolvidos na prática de crimes a partir dos estabelecimentos penais. O líder da organização criminosa foi preso no Rio de Janeiro em dezembro do ano passado e atualmente encontra-se em presídio federal de segurança máxima.