O programa Cultivar Energia, mantido pela Copel para incentivar a criação de hortas comunitárias sob linhas de alta tensão, entregou materiais para a estrutura do cultivo por 40 famílias na Vila Esperança, em Maringá. Foram doados 2 mil metros quadrados de sombrite, mil metros de plástico próprio para os canteiros e 50 regadores.
A ação é uma parceria entre a Copel e as comunidades, contribuindo para a segurança alimentar e a geração de renda das pessoas cadastradas para utilizar as áreas ociosas embaixo das linhas. O trabalho envolve ainda as prefeituras, através de seus programas de agricultura urbana ou agricultura familiar.
Além de Maringá, onde o programa teve início em 2013, atualmente há hortas em Cascavel, Ponta Grossa e Curitiba, somando 17 mil metros quadrados de área cultivada. Novos espaços estão em fase de implantação em Umuarama e Francisco Beltrão.
De acordo com Hideo Ono, presidente da associação que mantém a horta da Vila Esperança, o sombrite servirá para os canteiros que ainda não têm cobertura. Já o plástico ajudará a conter a propagação de ervas daninhas e é indicado para manutenção da umidade no solo, diminuindo o uso de água.
VILA ESPERANÇA – Nesta, que é uma das três hortas mantidas em Maringá, cerca de 40 famílias cuidam dos canteiros com produção de hortaliças, leguminosas e temperos.
Os espaços são divididos e cada um decide o que plantar e como destinar a produção, seja para consumo próprio ou para a comercialização. O atendimento ao público é feito de segunda a sábado, das 8h às 12h30 e das 15h30 às 18h30.
Além de garantir o uso seguro do espaço sob a linha de alta tensão, o projeto preserva a área próxima do Riacho Diamante, que passa por ali. Este é um dos maiores ganhos apontados por Maria José Silva, que participa há dez anos e relata ver ali animais nativos, sinal de natureza viva, embora o riacho ainda receba poluição de outras áreas. O plantio dela é dividido entre os familiares e a caridade.
Enquanto estreavam os regadores recebidos, outros produtores relataram sua experiência com o cultivo coletivo. Orgulhosa com o resultado ao mostrar as hortaliças e também as suculentas ornamentais que cultiva, Claudenilce Bussolin Dias disse que o trabalho exige dedicação: ela frequenta os canteiros duas vezes ao dia. “Venho aos sábados e feriados também”, ressaltou.
A colega Luíza Andó contra que a saúde melhorou muito depois que se juntou ao grupo. “Eu não dormia, vivia nervosa. Agora vivo muito bem”, comparou. Ela acrescentou que a prática leva à troca de informações e ao aprendizado.
“Quando eu comecei, com 30 dias minha alface estava deste tamanho”, disse, mostrando pezinhos recém-plantados. Quem a auxiliou a melhorar a produção foi o vizinho de canteiro Bernardo Hasegawa, reconhecido entre os pares como referência nas técnicas de cultivo.
GERAÇÃO DE RENDA - No final da tarde, os consumidores chegam para buscar produtos. A maioria é visitante regular da horta e já conhece bem seus fornecedores, como Vanessa Franco, cliente do Bernardo. “Eu venho aqui na horta há um ano, todos são muito bacanas e as verduras são sempre fresquinhas, vale a pena conferir”.
Moradores do bairro, Francisca e Iago Vilela também são consumidores fiéis. “Eles estão aqui trabalhando, cuidando com tanto amor, é uma coisa que não tem preço”, elogia Francisca.
Entre os clientes também está um grupo de funcionários da Copel, que se organizou para a compra regular coletiva, a fim de garantir um fluxo seguro de vendas para os produtores, com o benefício da boa alimentação para os participantes.
Elisa Kazue Tanaka Nagahama, coordenadora da comissão de voluntários da Copel, destaca que as verduras recém-colhidas duram mais tempo e se diferenciam pelo sabor. “Este é o tipo de parceria em que toda a sociedade sai ganhando”, resume.
PROGRAMA - A Copel estabelece parcerias com as cidades que tenham interesse em participar do Cultivar Energia por meio de termos de cooperação em que ambas as partes devem cumprir com sua finalidade original. Os termos têm quatro anos de duração, passíveis de renovação.