A Europa enfrenta uma carência de 400 mil caminhoneiros, de acordo com um estudo da consultoria britânica Transport Intelligence (TI). As empresas de transporte têm dificuldades em recrutar, devido aos baixos salários e às difíceis condições de trabalho.
A escassez já era sentida antes da crise sanitária global, mas foi exacerbada pela recuperação econômica pós-pandemia. O impacto foi especialmente sentido no Reino Unido, onde, junto com os efeitos do Brexit, esta carência desencadeou uma crise de desabastecimento.
Mas todos os países estão sendo afetados. A Polônia, por exemplo, tem um déficit de mais de 120 mil caminhoneiros; a Alemanha, de cerca de 60 mil; e a Espanha, de 15 mil.
"As razões são múltiplas", diz à AFP Violeta Keckarovska, que produziu o estudo da TI.
"A população de motoristas envelheceu, os jovens não se sentem atraídos, as condições de trabalho não são boas, e os salários são baixos", explica.
Em alguns países, o fim do serviço militar obrigatório privou as empresas do setor de motoristas treinados.
No grande salão de logística Solutrans, que abriu na terça-feira perto de Lyon (França), vários institutos de formação tentam atrair candidatos, fazendo-os dirigir um grande simulador.
"É uma profissão com enormes responsabilidades e que evoluiu muito nos últimos anos", destaca Régis Garcia, do centro de formação Aftral.
"Não é necessariamente mais simples, mas muito menos mecânico e físico, e com mais assistência eletrônica", e os motoristas percorrem distâncias menores do que antes, acrescenta.
A busca inclui jovens, assalariados em reconversão e desempregados. As mulheres, que representam uma ínfima parte dos motoristas, também são "muito procuradas".
A formação custa entre 4.500 e 7.000 euros (5.400 a 8.400 dólares), às vezes custeada pelo empregador, ou com ajudas públicas. A licença para conduzir carreta pode ser tirada a partir dos 21 anos.
Fonte: Correio Braziliense