Pesquisadores brasileiros colaboram para a compreensão científica da ‘Partícula de Deus’

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 23/03/2018
Foto: Coppe/Divulgação/Sputnik

Um sistema de filtragem online de elétrons desenvolvido por pesquisadores do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ) foi escolhido como referência por um dos principais laboratórios do mundo que investiga a origem do universo.

A Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (Cern) utiliza o sistema, denominado Neuralringer, que amplia de forma considerável o número de choques entre prótons para aumentar os eventos físicos, essenciais à investigação e descoberta de possíveis novas partículas. O sistema, desenvolvido pelos pesquisadores da Coppe, permite decidir a cada 10 milissegundos quais informações reter entre os mais de 60 Terabytes de informação geradas a cada segundo nas passagens de feixes de partículas conduzidas no laboratório.

O Atlas, que em outubro do ano passado completou 25 anos de existência, tem tido papel importante em descobertas científicas recentes, como a pesquisa que detectou pela primeira vez o fenômeno da dispersão de luz pela luz, previsto pela teoria quântica e na descoberta do bóson de Higgs, a chamada "Partícula de Deus", que procura reproduzir a explosão de energia do Big Bang que teria dado origem ao universo e que rendeu aos cientistas Petter Higgs e François Englert o Prêmio Nobel de Física de 2013.

Para o professor de Engenharia Elétrica da Coppe, José Manoel de Seixas, coordenador das pesquisas da solução brasileira que está sendo utilizada no Cern, esse reconhecimento é importante para toda a comunidade científica brasileira. Segundo ele, a filtragem online reduz a demanda computacional para coletar e preservar o grande volume de informações gerado pelos experimentos.

Seixas lembra que o Atlas é o maior conjunto de detectores de partículas no Túnel de Colisão de Partículas (LHC na sigla em inglês), um estrutura subterrânea com 27 quilômetros de extensão na fronteira entre França e Suíça, dotado de uma estrutura com 22 metros de altura, 44 metros de comprimento e 7 mil toneladas, e que a parceria entre o Cern e a Coppe já data de três décadas. À época do anúncio do projeto foi grande a repercussão internacional e o receio de que os experimentos provocassem o surgimento de buracos negros que destruiriam todo o planeta.

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