Polícia prende médico acusado de mandar matar irmão empresário em Maringá

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 08/07/2016

A Polícia Civil de Maringá (norte do Paraná) confirmou nesta sexta-feira (8) que prendeu o médico Manoel Pereira Marques, de 64 anos, suspeito de ser o mandante do homicídio que vitimou o empresário português Garcia Pereira Marques, de 62 anos, encontrado morto a tiros em Maringá no dia 1º de maio deste ano. O suspeito detido é irmão da vítima e reside em Salto (SP). Os policiais civis foram até a cidade paulista na quinta-feira e realizaram a prisão do médico quando ele deixava sua residência, em um condomínio de luxo.  Ele será trazido para Maringá ainda nesta sexta-feira (8) e prestará esclarecimentos sobre sua suposta participação no homicídio do qual foi vítima seu irmão. 

O genro da vítima, Carlos Bombachini, já preso sob suspeição de envolvimento no crime, reitera que o médico foi o mentor da execução do empresário português. De acordo com a Polícia Civil, a motivação do assassinato seria o não pagamento de uma dívida em dinheiro que o irmão suspeito tinha com Garcia. 

PRISÃO DECRETADA -  Manoel Pereira Marques teve a prisão preventiva decretada depois de o genro da vítima, o administrador Cosme Alexandre Bombachini, 32 anos, também preso por suposto envolvimento no crime, indicá-lo como provável mandante do homicídio e apresentar como prova um extrato de contato telefônico mantido com o médico horas após a execução da vítima a tiros. De acordo com Bombachini, ele teria falado ao telefone apenas a frase “está feito”. 

CRIME CUSTARIA R$ 1 MILHÃO - Em um novo interrogatório, Cosme informou que Manoel teria oferecido R$ 1 milhão pela morte do irmão, além pagar as custas do crime, de R$ 20 mil, executado pela empregada doméstica Lenice Mariano Pereira, 39 anos. A motorista Daiane Elias Luiz, 29 anos, também foi presa. Conforme policiais civis, ela é suspeita de dar suporte logístico à executora do assassinato.

Foto por Reprodução

O delegado titular da Delegacia de Homicídios (DH) de Maringá, Diego Elias de Freitas, detalhou que Cosme decidiu denunciar o suposto envolvimento do médico no crime após reconstituição realizada dia 9 de junho passado. Segundo a polícia, Cosme ficou muito abalado e decidiu contar toda a verdade sobre a morte do empresário português Garcia Pereira Marques.

O PLANO - O médico teria começado a planejar a execução do irmão em dezembro de 2015, após Garcia descobrir que Manoel havia feito vários saques na conta bancária do pai - morto em 2012 e cujo inventário continua pendente - e da mãe, de 83 anos, no valor de mais de R$ 1,4 milhão. Cosme ressaltou que a relação entre os irmãos, que já não era boa, piorou depois de Garcia exigir que Manoel lhe entregasse a parte que lhe caberia na herança do pai e da renda da mãe, pois senão o denunciaria à Polícia Federal (PF).

"PESSOA DE BOA ÍNDOLE" - O advogado e ex prefeito de Mandaguari Cilêneo Pessoa Pereira Júnior, atualmente na Secretaria de Estado do Planejamento do Paraná, que cursou Direito na Universidade Estadual de Maringá (UEM) no início da década de 80 na mesma turma de Garcia Pereira Marques, afirmou que o empresário português era uma pessoa amável e fiel aos companheiros.
"O Garcia sempre foi uma pessoa de boa índole, do bem. É uma pena que ele tenha morrido desta forma, em um contexto de desunião no âmbito familiar que extrapolou todos os limites da falta de sensatez, de bom senso e até mesmo de amor ao próximo", disse o ex colega de turma na UEM do empresário português assassinado.