Seis morrem em protestos contra o governo no Egito

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 27/01/2011
Jovens pedem saída do presidente autoritário Mubarak, há 30 anos na Presidência do Egito

Um policial e um manifestante morreram em confrontos no centro do Cairo nesta quarta-feira (26), informaram fontes médicas, aumentando para seis o número de mortos nos maiores protestos antigovernamentais registrados no Egito em 30 anos.

Os dois morreram na rua em distúrbios no Distrito Bulaq Abul Ela. A polícia e manifestantes atiravam pedras uns nos outros, depois que as forças dispararam bombas de gás lacrimogêneo, acrescentaram os médicos.

Em outro caso de violência registrado nesta quarta-feira na capital, um repórter da agência de notícias France Presse informou que dezenas de pessoas enfrentaram as forças de segurança em frente ao Ministério das Relações Exteriores egípcio, empurrando o portão que dá acesso ao complexo ministerial.

Os manifestantes conseguiram invadir um acesso lateral do ministério e pegar um extintor de incêndio que estava na cabine da segurança, depois que a polícia os fez recuar com uma van e disparou bombas de ar lacrimogêneo.

Na cidade portuária de Suez (leste), manifestantes egípcios atiraram coquetéis molotov contra um prédio do governo, provocando um incêndio em um dos setores do edifício, contaram testemunhas.

De acordo com fontes médicas, ao menos 70 pessoas ficaram feridas nos enfrentamentos entre manifestantes e policiais em Suez.

Os confrontos ocorrem no segundo dia dos mais significativos protestos desde que o presidente Hosni Mubarak chegou ao poder, 30 anos atrás. As manifestações foram inspiradas na revolta popular na Tunísia que derrubou o presidente Zine el Abidine ben Ali.

Governo proíbe novas manifestações

Ainda hoje, o governo egípcio disse que não permitirá nenhuma outra manifestação, informou o Ministério do Interior.

O chamado Movimento 6 de Abril, que luta pela democracia e organiza as atuais manifestações pediu aos egípcios que se reunissem na grande praça Tahrir do Cairo, em sua página no Facebook.

Em sua página no Facebook, o grupo pede aos egípcios que se reúnam na grande praça Tahrir do Cairo, onde milhares de pessoas protestaram nesta terça-feira para pedir a saída do presidente Mubarak.

O presidente do Parlamento Europeu, o polonês Jerzy Buzek, pediu nesta quarta-feira às autoridades egípcias que "abracem as aspirações legítimas - sociais e políticas - da população (de seu país) sobre maior liberdade, pluralismo e democracia".