Polícia ouve médicos do caso da vaselina

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 08/12/2010
Mãe de Stefanie diz que funcionária parecia estar distraída ao aplicar produto

O delegado José Bernardo de Carvalho Pinto, que investiga a morte de Stefanie dos Santos Teixeira, de 12 anos, que recebeu 50 ml de vaselina na veia, em vez de soro, no último sábado (4), deve começar a ouvir os funcionários que estavam de plantão no hospital São Luiz Gonzaga nesta quarta-feira (8). É esperado que cerca de 28 pessoas prestem depoimentos.

O delegado informou que trabalha com a hipótese de erro humano. O boletim de ocorrência foi registrado como homicídio culposo (sem intenção de matar).

- Está claro que houve uma imperícia de algum funcionário. É uma equipe formada por mais de 20 pessoas, por isso, temos que individualizar a conduta de cada um. Estamos apurando um homicídio culposo.

Já foram ouvidos o diretor do hospital, dois médicos, duas enfermeiras e uma auxiliar de enfermagem, que trabalharam no horário posterior à morte da criança. Duas testemunhas que acompanhavam pacientes na mesma enfermaria onde estava Stefanie e a mãe da menina também já foram ouvidas.

A assessoria de imprensa do Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) informou que o órgão abriu uma sindicância para apurar os fatos. É um processo interno que vai investigar se houve indício de infração médica.

Caso isso seja comprovado, será aberto um processo ético profissional e o julgamento será feito na Justiça em um processo com testemunhas de defesa e acusação. Serão realizadas audiências para apurar o que houve e, só a partir daí, poderá haver algum tipo de punição aos médicos responsáveis.

"Auxiliar distraída"

A mãe da menina, Roseane Teixeira, contou na tarde de terça-feira (7) que a profissional que aplicou a vaselina em vez de soro em sua filha parecia ser uma auxiliar de enfermagem. Ela disse que a funcionária estava distraída no momento em que aplicava o produto. A afirmação foi feita durante uma coletiva de imprensa na casa da família, na zona norte de São Paulo.

Segundo Roseane, a auxiliar de enfermagem estava com um jaleco diferente dos que eram usados pelos médicos e conversava com outras enfermeiras enquanto trabalhava.