William Waack diz que fez piada e não considera comentário racista

Autor: Da Redação,
terça-feira, 06/03/2018

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O jornalista William Waack, 65, participou de uma entrevista na noite desta segunda-feira (5) com o apresentador Fábio Porchat, na qual relembrou os motivos que o fizeram ser afastado da bancada do Jornal da Globo (Globo) no ano passado.

Porchat questionou Waack se a polêmica frase dita pelo jornalista —que o barulho de uma buzina é "coisa de preto"— havia sido racista. “Não, pelo simples fato de que um pensamento racista jamais será uma piada. [...] Sempre fui um tremendo de um gozador. Todas as piadas menos politicamente corretas que você possa imaginar eu faço.”

A declaração de Waack aconteceu antes de uma entrevista com Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute, do Wilson Center, num estúdio em frente à Casa Branca, nos EUA, em 2016. Porém, o vídeo com o comentário polêmico foi divulgado apenas em novembro de 2017 por um ex-operador de VT da Globo.

Waack afirmou que fora julgado por uma brincadeira. O jornalista disse ainda que a omissão, na época, fora em decorrência do contrato que ainda tinha com a emissora. Ele diz ter ficado incomodado por não poder se defender, especialmente por ser o tipo de pessoa que "fala o que pensa na cara".

Com o vazamento do vídeo, Waack foi afastado e, depois, desligado da Globo em 22 de dezembro. Em janeiro deste ano, o jornalista escreveu um artigo para a Folha de S.Paulo, rompendo o silêncio sobre as acusações de racismo.

Já em entrevista à Folha de S.Paulo, ele disse que o comentário foi feito em tom de brincadeira e que não tinha a intenção de ofender. No Programa do Porchat (Record), Waack comentou as críticas que recebeu: "Caraca, o Brasil virou um país que só tem nego certinho, bicho (sic)".

William Waack afirmou que terá um programa jornalístico, chamado Painel WW, nas plataformas digitais. O novo formato será semelhante ao que apresentava na Globo News, porém, haverá plateia que irá interagir com o tema debatido e com os especialistas.