Rosamaria Murtinho critica mal da tecnologia na convivência entre pessoas

Autor: Da Redação,
terça-feira, 27/02/2018

CRIS VERONEZ

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Ela tem 82 anos e gosta do contato humano. Comunicar-se com alguém através de mensagens instantâneas? Raramente. O negócio dela é ouvir a voz do outro. “Tive que me tornar uma pessoa mais tecnológica e aceitar essa coisa horrorosa [celular] que não é da minha geração. Mas tem certas coisas das quais não abro mão, como uma ligação telefônica. Não posso ficar procurando por mensagens de quem quer falar comigo. Quem quiser é só me telefonar. Ficar com celular na mão está virando vício”, diz Rosamaria Murtinho.

Casada há quase 60 anos com o ator Mauro Mendonça, a atriz participou da primeira fase de "Deus Salve o Rei" como a rainha de Montemor, Crisélia, novela das sete da Globo. Apesar da morte da personagem, a monarca ainda aparece em flashbacks na trama.

Numa reflexão sobre a diferença da comunicação daquela época para a atual, Murtinho não sabe dizer se a tecnologia dos dias de hoje é realmente uma coisa positiva para a convivência entre as pessoas. “Sabe como chamo celular e internet? Praia dos covardes. A gente pensa que está avançando, mas será que não está retrocedendo? É uma pergunta que me faço."

A atriz afirmou ainda que a tecnologia atualmente é algo muito grande que pode ser usado para o bem, mas as pessoas às vezes a usam para o mal. "Precisamos de uma coisa chamada ‘noção'".

TUDO NOVO

Rosamaria Murtinho sorri quando diz que parece estar começando a carreira agora. A atriz, que nunca havia gravado uma novela só com uma câmera em ação, afirma que está se acostumando com o novo formato de trabalho. “Funciona mais ou menos assim: você fala duas frases, tem uma tomada pelo lado esquerdo, depois você para, entra no eixo, na luz e no foco pelo lado direito, aí você faz novamente as duas frases que já tinha feito. Depois repete isso pela frente e por todos os lados. É uma qualidade de cinema. Estou me adaptando. No começo não foi fácil. É uma coisa absolutamente nova para mim [...] Mas é sempre bom aprender uma coisa diferente. Faz a gente ficar mais vivo."