Venezuela prepara estrutura para as eleições legislativas

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 24/09/2010
Venezuelana passa em frente de pichação nesta quarta-feira (24) em Caracas

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão responsável pela organização das eleições na Venezuela, começou a instalar nesta sexta-feira (24) as mesas onde ocorrerá a votação no próximo domingo (26).
 

Por todo o país, começaram a ser montadas as "ferraduras" pelas quais os 17 milhões de eleitores passarão para registrar suas escolhas para a Assembleia Nacional do país, e começaram a ser distribuídas as credenciais dos observadores das eleições.
 

A oposição, que costuma questionar a imparcialidade do CNE, alega que a votação deste ano vai ser bem acompanhada e que há poucas probabilidades de manipulação dos resultados. Foram registrados mais de 183 mil observadores do processo eleitoral, sendo a maior parte ligada a partidos de oposição.

Uma organizadora de campanha da candidata oposicionista María Corina explicou ao G1 que haverá testemunhas em todo o país, evitando que haja fraudes. Para garantir a segurança dos votos, os eleitores fazem a seleção em uma urna digital, mas vêm sua escolha impressa e a colocam em uma urna física, para impedir adulteração dos dados eletrônicos.

Além dos partidos, organizações e governos de outros países também enviaram observadores externos para acompanhar a votação e impedir fraudes. O trabalho dos convidados teve início na quinta-feira (23), com apresentação do processo eleitoral aos observadores, que vão receber denúncias e fiscalizar a votação.
 

O voto na Venezuela é secreto, e a oposição se diz preocupada com a pressão de grupos do governo para cobrar o voto de alguns eleitores. Campanhas na imprensa e na TV alertam que os venezuelanos não podem usar câmeras de vídeo e foto na hora de votar, para impedir o registro da escolha em imagens.
 

Treino

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, declarou que a votação do próximo domingo vai ser um teste para a eleição presidencial de 2012, quando pretende concorrer novamente, apesar de completar 13 anos no poder.
 

Chávez insistiu, durante um comício de encerramento da campanha, na quinta-feira, que nas eleições domingo o que está em jogo são as presidenciais, para as quais já afirmou que se candidatará, "se Deus lhe der vida e saúde". "Estou começando a esquentar para 2012, compadre. Aproveito esta campanha que termina hoje para esquentar os motores para 2012", disse Chávez em um comício no estado de Lara, oeste do país.
 

Além disso, o presidente venezuelano se declarou "em guerra" e pediu a seus partidários que não dormissem desde esse dia até a segunda-feira (um dia após a eleição), para dedicarem-se por completo a uma operação em que, segundo disse, demolirá a oposição.
 

"O domingo é a grande batalha, e a grande vitória de domingo será o anúncio do que ocorrerá aqui dentro dois anos: as eleições presidenciais de dezembro de 2012, que estão na virada da esquina", declarou Chávez, em um breve discurso a seus seguidores.
 

As eleições de domingo provavelmente vão ampliar a pluralidade da Assembleia, que em 2005 ficou completamente em mãos do chavismo, já que a oposição se retirou da campanha. A abstenção foi de 75%.

Nas eleições de 2012 também serão escolhidos os governadores dos Estados.