Roupa pouco importa, afirma criador do abadá

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 15/02/2018

JOÃO PEDRO PITOMBO

SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) - Em 1993, o designer Pedrinho da Rocha criou a roupa para participar do Carnaval que ficou conhecida como abadá.

Hoje, 25 anos depois, ele afirmou à reportagem que "acha ótimo" que as fantasias voltem a ocupar o lugar deixado pelas roupas dos blocos carnavalescos.

PERGUNTA - Como vê o retorno das fantasias no Carnaval de Salvador?

PEDRINHO DA ROCHA - Acho ótimo. Carnaval, na minha cabeça, é isso aí. Eu vim dessa tradição, morava no centro [de Salvador]. A gente botava blocos com dez, 15 pessoas nas ruas e saíamos vestidos com sacos de aniagem, usados para carregar feijão.

P - Acha que os abadás padronizaram os foliões?

PR - Sempre achei que a fantasia tinha que ser individual. Tanto que há cerca de 15 anos tentamos fazer isso no Bloco Cheiro, criamos um tema para cada dia de desfile e tentamos fazer com que os abadás virassem fantasias.

Acho que a fantasia, no sentido literal e no não literal, é muito importante para o Carnaval.

P - O abadá caminha para o seu fim ou vai sobreviver?

PR - Acho que [o abadá sobreviver] é o que menos importa. Nunca tive essa preocupação. O mais importante é que, seja onde e como ele for, o Carnaval seja uma expressão cultural nossa. Um momento em que as pessoas saem da realidade pra entrar na fantasia.

A roupa é o que menos importa. Tudo vale.