Com ágio de 185%, CCR vence concessão de linhas de metrô em SP

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 19/01/2018

FABRÍCIO LOBEL

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O consórcio liderado pela CCR venceu a licitação das linhas 5-lilás e 17-ouro do metrô, realizada nesta sexta-feira (19), na B3, em São Paulo.

O certame, que chegou a ser suspenso temporariamente na tarde de quinta-feira (18), teve dois concorrentes: além da CCR, o consórcio da CS Brasil, do grupo JSL, entregou proposta.

O leilão atingiu um ágio de 185%. O lance vencedor foi de R$ 553,88 milhões –bastante acima da outorga fixa mínima de R$ 194,3 milhões e da proposta concorrente, de R$ 388,5 milhões.

A CCR, que detém 83% do consórcio, formou parceria com o grupo de mobilidade RuaInvest, que já atua no setor de ônibus.

O grupo opera outras seis concessões no Estado de São Paulo: a Viaquatro, responsável pela linha 4-amarela do metrô, a Autoban, a Viaoeste, a Novadutra, a Spvias e o trecho oeste do Rodoanel.

A CS Brasil, que atua no setor de transporte público com operações em municípios do interior paulista, participou da concorrência com a coreana Seul Metrô, no consórcio Metrô SP Linhas 5 e 17.

A linha 5-lilás parte da estação Capão Redondo e vai até a estação Brooklin, ambas na zona sul. A linha, que atualmente é gerida pelo próprio Metrô, está em expansão e deverá chegar até a estação Chácara Klabin, onde conectará com a linha 2-Verde. No caminho, ela ainda fará conexão com a linha 1-azul e 17-ouro.

As obras de expansão da linha chegaram a ser suspensas em 2010 após o jornal Folha de S.Paulo revelar que os vencedores dos lotes de construção da linha já eram conhecidos seis meses antes da licitação. O caso segue na Justiça, mas mesmo assim, Alckmin decidiu avançar com a obra firmando o contrato com as mesmas empresas.

Já a linha 17-ouro, que está em construção desde 2012, tinha previsão iniciar de ficar pronta em 2014, para a Copa. Mas, após vários atrasos, deverá ser entregue até 2019. Ela sai do aeroporto de Congonhas e seguirá até a estação Morumbi, da CPTM, na marginal Pinheiros.

Uma segunda etapa de construção da linha estava prevista até o bairro do Morumbi, passando por Paraisópolis. Mas o governo do Estado, diante da dificuldade de tocar o empreendimento e até o abandono da obra por parte de uma das empreiteiras contratadas, decidiu reduzir o percurso da linha.

A mudança no trajeto acabou derrubando a projeção de rentabilidade da linha. Ou seja, sem atender áreas muito populosas como Paraisópolis, a linha perdeu a capacidade de atrair grande parte do público que pagaria pela operação do sistema.