Cinemateca será gerida por uma organização social, diz MinC

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 17/01/2018

GUILHERME GENESTRETI

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Para conter uma crise que se arrasta desde 2013, o Ministério da Cultura irá transferir a gestão da Cinemateca Brasileira para uma OS (Organização Social).

A Acerp (Associação Comunicativa Roquette Pinto), que é ligada ao Ministério da Educação e que já mantém convênios de prestação de serviços, é quem irá assumir a gestão da entidade.

"O modelo de OS tem uma mobilidade maior do que o Estado, inclusive para a captação de recursos", diz o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão. "Ela terá autonomia financeira e administrativa, mas com metas e diretrizes que terão de ser cumpridas."

O ministro afirma que o contrato deve ser assinado na última semana de fevereiro. Será a primeira entidade ligada a esse ministério a ser gerida por uma OS. Sá Leitão espera que ele funcione como um "paradigma" para outras instituições tocadas pela pasta, como os museus federais.

Responsável pela preservação do acervo audiovisual brasileiro, a Cinemateca guarda 250 mil rolos de filme em sua sede, em São Paulo.

Sua crise começou em janeiro de 2013. Auditorias da CGU (Controladoria-Geral da União) apontaram falta de controle do ministério sobre a execução dos recursos da Cinemateca, além de problemas na gestão de bens e em licitações da instituição.

A então ministra da Cultura, Marta Suplicy, exonerou o diretor à época, Carlos Magalhães, sem nomear um substituto. Naquele ano, 138 técnicos da instituição foram demitidos e parte dos trabalhos, paralisados.

Segundo Sá Leitão, haverá contratação de pessoal para operar as atividades da Cinemateca. "Ela terá que montar equipes para que suas metas sejam atendidas."

O modelo das OS, contudo, tem seus opositores, principalmente à esquerda, que o veem como a "privatização" de uma gestão que deveria ser responsabilidade do Estado.