ATUALIZADA - Esportista britânica é morta em travessia de caiaque na Amazônia

Autor: Da Redação,
terça-feira, 19/09/2017

FABIANO MAISONNAVE

MANAUS, AM (FOLHAPRESS) - Uma esportista britânica que atravessava a Amazônia de caiaque foi vítima de latrocínio na comunidade Lauro Sodré, no município de Coari, a cerca de 420 km de Manaus pelo rio Solimões. A informação é da Polícia Civil do Amazonas.

Emma Kelty, 43, foi atacada e morta por sete criminosos, segundo a Polícia Civil. Um dos suspeitos, de 17 anos, foi apreendido na última segunda-feira (18) e teria confessado o crime. Os cúmplices já teriam sido identificados --um foi preso, e os demais estão foragidos.

De acordo com a polícia, o adolescente disse que ela foi morta com tiros de espingarda calibre 20 e em seguida esquartejada. Barcos da Marinha e do Corpo de Bombeiros estão fazendo buscas com barcos e um helicóptero no trecho do rio onde o corpo teria sido jogado.

"Eles não são aqueles traficantes que achacam grandes quantidades de drogas nos rios da Amazônia. São pequenos traficantes e usuários de drogas que cometem crimes de oportunidade", disse o delegado Ivo Martins ao jornal "A Crítica".

Kelty está desaparecida desde a última quarta-feira (13). Nesse dia, uma empresa de vigilância acionou a Marinha após receber um alerta do localizador de emergência da canoísta.

Desde o desaparecimento, equipes de busca e salvamento da Marinha e dos bombeiros fazem buscas na região com aeronaves, lanchas e um navio. Eles também prestam apoio logístico aos agentes das polícias Civil e Militar que embarcaram a partir de Codajás, outra cidade próxima.

Na última sexta (15), as equipes localizaram com ajuda de ribeirinhos um caiaque abandonado em um banco de areia no rio Solimões, na região onde a atleta desapareceu. A pequena embarcação foi entregue à Polícia Civil, de acordo com a Marinha.

TWITTER

A britânica estava escrevendo sobre a jornada em suas redes sociais. No Twitter, se apresentava como a "sexta mulher a esquiar sozinha até o polo Sul".

A viagem Kelty teve início em 20 de julho, nos Andes peruanos, onde nasce o rio Solimões. Ela ingressou no Brasil em 21 de agosto, na cidade de Tabatinga (AM). Já havia remado cerca de 1.150 km em território brasileiro.

O rio Solimões é um corredor importante para tráfico de drogas, principalmente para escoar a cocaína peruana. A região também sofre com piratas, ladrões armados que abordam embarcações em pequenas lanchas.

Em uma de suas últimas publicações, no dia 12, a britânica relatou que havia se assustado ao topar com 30 homens armados com "flechas e rifles".

Dias antes, no Facebook, escreveu, em tom de brincadeira: "Assim que chegar em Coari ou perto da cidade, terei o meu barco roubado e serei assassinada. Legal".

O caso ganhou bastante destaque na imprensa britânica. O jornal "The Guardian" conversou com um amigo de Kelty, que a descreveu como "uma pessoa corajosa e destemida, que viveu sua vida ao máximo".

Segundo a publicação, Kelty já havia feito várias aventuras -além do polo Sul, atravessou os Estados Unidos a pé, num total de 4.200 km.

Peruano

Esse é o segundo caso de estrangeiro assassinado no Amazonas nos últimos dias. Em Manaus, o peruano Pepe Rios foi morto a facadas no último sábado (16). Horas antes, ele havia registrado um boletim de ocorrência por ter sido assaltado dentro de casa. Ninguém foi preso.