ATUALIZADA - Eleição em Angola termina sem confrontos

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 23/08/2017

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Angola realizou nesta quarta-feira (23) eleições para escolher um novo presidente, que irá substituir José Eduardo dos Santos, no poder desde 1979.

O pleito ocorreu de forma pacífica e não houve registro de confrontos, segundo os observadores internacionais que acompanharam a eleição.

"Temos bons indícios de que estas eleições serão pacíficas", disse à imprensa local Joaquim Chissano, ex-presidente de Moçambique, que acompanhou o pleito.

Apesar de a votação ter ocorrido normalmente, a expectativa é que as primeiras parciais sejam divulgadas só na sexta-feira (25) e os resultados oficiais saiam apenas em duas semanas --a contagem dos votos é manual.

A eleição ocorre de forma indireta. A população vota nos partidos que vão compor a nova Assembleia Nacional. O líder do partido mais votado se torna presidente.

O favorito é o atual ministro da Defesa, João Lourenço, 63 do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), partido no poder desde a independência do país de Portugal, em 1975. Seu maior adversário é Isaías Samakuva, 71, da Unita (União Nacional para a Independência Total de Angola), principal força de oposição.

MPLA e Unita estavam de lados opostos na guerra civil que começou após a independência e só terminou após um acordo em 2002.

O fim do conflito levou o país a uma fase de crescimento sob o comando de Santos. Apesar de deixar a presidência, ele deverá seguir como um ator importante na política local, já que manterá o comando do MPLA.

Santos é considerado o responsável por transformar Angola em um dos maiores produtores de petróleo da África. Mas enfrenta também acusações de corrupção. Seus parentes acumularam fortunas, enquanto um terço da população vive com menos de US$ 2 (R$ 6,28) por dia, segundo o Banco Mundial.

A queda do preço do petróleo aprofundou a crise no país. Após 14 anos seguidos de alta no PIB, Angola não cresceu no ano passado, e a inflação chegou a 30% ao ano, o que deve ajudar a oposição a aumentar seu espaço.