Altos custos de Trump estão deixando serviço secreto sem verba, diz diretor

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 21/08/2017

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os altos custos de proteção do presidente Donald Trump, suas várias casas e a sua família grande levaram uma crise de liquidez ao serviço secreto dos Estados Unidos, que está ficando sem verba para proteger o mandatário.

Em entrevista ao jornal americano "USA Today", o diretor do serviço secreto Randolph "Tex" Alles afirmou que mais de mil agentes já chegaram a seu limite anual de salário e horas extras devido à carga de trabalho.

De acordo com a publicação, funcionários da agência enfrentam uma carga de trabalho "esmagadora" durante os sete primeiros meses da administração Trump. Entre as obrigações dos agentes estão a proteção do presidente e de seus filhos, que também viajam pelo país e pelo exterior em férias e a negócios.

Ao todo, 42 pessoas do governo Trump têm a proteção do serviço secreto, incluindo 18 membros da família do presidente. De acordo com a agência, o número é "sem precedentes" e maior em relação à administração Obama, quando 31 pessoas tinham a garantia do serviço.

O trabalho excessivo e as viagens constantes -alvo de críticas a Trump- também têm intensificado a crise orçamentária do serviço secreto.

Segundo o diretor, sem a intervenção do Congresso para fornecer um financiamento adicional, a agência não poderá pagar nem mesmo por trabalhos que os agentes já realizaram.

Com a entidade em crise financeira, o diretor discute com legisladores o aumento do salário e o limite de horas extras para os agentes, de US$ 160 mil (R$ 503 mil) para US$ 187.000 (R$ 587 mil) por ano, pelo menos durante o primeiro mandato de Trump.

Mesmo que a proposta fosse aprovada, entretanto, cerca de 130 agentes veteranos não seriam totalmente compensados -pelas centenas de horas já acumuladas, de acordo com a agência.

"Não vejo isso mudar no curto prazo", disse Alles.

Parlamentares democratas e republicanos expressaram preocupação com a situação financeira da agência. Mas a perspectiva para o futuro não é das mais animadoras. Com 150 presidentes e líderes estrangeiros que se reunião em setembro em Nova York para a Assembleia Geral da ONU, as demandas do serviço secreto devem aumentar.