ATUALIZADA - EUA confirmam libertação de Mossul, devastada pelo conflito

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 10/07/2017

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um dia após o governo do Iraque proclamar vitória, os Estados Unidos confirmaram nesta segunda-feira (10) a retomada de Mossul do Estado Islâmico (EI).

Apesar das comemorações, relatos indicam que os nove meses de conflito deixaram a cidade iraquiana quase toda devastada. Em algumas das áreas mais afetadas, nenhum prédio escapou dos danos causados pelas batalhas.

Nesta segunda, o premiê do Iraque, Haider al-Abadi, afirmou que agora a prioridade do governo é a "estabilidade e a reconstrução" de Mossul, que fora o último grande reduto do EI no país. Ele proclamou a "vitória total" na região.

"Anuncio o fim, o fracasso e o colapso do falso Estado terrorista que o EI anunciou em Mossul", afirmou Abadi.

Para o comandante da coalização internacional liderada pelos Estados Unidos, Stephen Townsend, contudo, ainda "há uma luta dura pela frente". A operação de retomada da cidade contou com o apoio de forças externas.

Mesmo reconhecendo a vitória como um duro golpe contra os rebeldes, Townsend admitiu que ela não elimina por completo o EI na região.

Mais cedo, forças iraquianas encontravam focos de resistência na cidade e os conflitos continuavam.

O EI ainda controla cidades iraquianas como Tal Afar (50 km de Mossul) e Hawija (300 km de Bagdá), bem como as zonas desérticas da província de Al-Anbar (oeste) e a região de Al-Qaïm, na fronteira com a Síria.

MANIFESTAÇÕES

Após a vitória em Mossul, o Iraque recebeu diversas manifestações de apoio da comunidade internacional.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiou a reconquista.

"A vitória demonstra que os dias do EI no Iraque e Síria estão contados", disse Trump em comunicado.

Já o governo do Irã felicitou o país pela vitória e se ofereceu para ajudar na reconstrução de áreas destruídas.

Além dos danos materiais, a campanha militar provocou uma crise humanitária em Mossul, marcada pela fuga de milhares de civis. Segundo a ONU, além das milhares de pessoas que morreram nos combates, cerca de 900 mil continuam deslocadas. Muitos passaram a viver em acampamentos fora da cidade.

"É provável que continuem deslocadas por vários meses", afirmou nesta segunda o Alto Comissariado para os Refugiados (Acnur) em comunicado.