ATUALIZADA - Após megarroubos, Justiça vai quebrar armas estocadas para inibir ataques

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 06/07/2017

DHIEGO MAIA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Tribunal de Justiça de São Paulo vai inutilizar parte das armas guardadas nas comarcas antes de encaminhá-las para a destruição completa.

O plano integra nova estratégia para tentar inibir os ataques de criminosos aos depósitos de armas presentes nas 273 comarcas do Estado.

Em 15 dias, dois roubos registrados nos fóruns de Diadema e Guarujá levaram ao todo 566 armas dos locais, entre fuzis, submetralhadoras e revólveres. Segundo especialistas em segurança pública, uma simples marretada é capaz de quebrar uma arma de fogo e torná-la inoperante.

A decisão do tribunal foi definida nesta segunda-feira (19), em reunião com representantes do Exército e das polícias Civil e Militar. O novo plano logístico também prevê acelerar a destruição dos armamentos, tarefa feita em parceria com o Exército.

O TJ-SP e o Exército já haviam firmado acordo para eliminar as armas sob a guarda da Justiça desde o ano passado. De lá para cá, foram destruídos 11 mil objetos, entre facas e armas de fogo, segundo Paulo Dimas Mascaretti, presidente do tribunal.

O TJ disse ainda que, no caso das armas de grosso calibre que estão em bom estado, será priorizada a transferência dos equipamentos aos comandos das polícias Civil e Militar. Em maio, 37 fuzis foram doados para as forças.

O tribunal pediu ainda à Polícia Militar um reforço nas rondas realizadas no entorno das comarcas do Estado.

Em entrevista à Folha, Mascaretti reconheceu as deficiências na segurança das armas. "Os fóruns não têm estrutura para isso. Mas também não podemos esvaziar os espaços do dia para a noite."

O roubo mais recente ocorreu no prédio da Justiça em Diadema, no ABC Paulista, neste sábado (17). A ação foi semelhante a outra, no último dia 3, em Guarujá, no litoral paulista, quando bandidos levaram 175 armas do fórum criminal da cidade.

No caso do ataque em Diadema, três vigias faziam a segurança do prédio todo. A supervisora do fórum disse que as câmeras de vigilância do prédio não funcionam.