ATUALIZADA - Mãe e filha morrem em tiroteio no Rio

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 30/06/2017

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Em meio ao caos da segurança pública que vive o Estado do Rio de Janeiro, Marlene Maria da Conceição, 76, e Ana Cristina da Conceição, 42, mãe e filha, morreram na manhã desta sexta-feira (30) em um tiroteio na favela da Mangueira, na zona norte da capital.

Policiais patrulhavam a região quando foram atacados por criminosos na parte da favela conhecida como Buraco Quente, segundo o comando da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Mangueira.

Houve confronto, e as duas mulheres foram atingidas. Levadas para o hospital, elas já chegaram mortas.

Um homem também ficou ferido. Ele foi socorrido por moradores e levado em um caminhão de gás para um hospital no centro do Rio.

Em protesto, um grupo ateou fogo a um ônibus. Segundo o Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus municipais, o motorista foi agredido ao tentar evitar o ataque.

Ao longo da tarde, o Batalhão de Polícia de Choque e outras UPPs e batalhões da região tentavam conter o protesto e reforçaram o policiamento. Os ônibus que operam nas imediações da Mangueira alteraram o itinerário, e o Centro de Operações da Prefeitura recomendou evitar a área.

descontrole

O Rio vive uma situação de descontrole de segurança. Só nesta semana, pelo menos seis pessoas morreram nas favelas da cidade. O primeiro semestre de 2017 se encerra com 65 casos de incêndios em ônibus, um aumento de 141% em relação ao mesmo período de 2016 (27 registros).

Especialistas em segurança pública dizem que não é de hoje a tendência de agravamento da situação de segurança e apontam um conjunto de fatores para essa deterioração. Alguns exemplos: o abandono de políticas que vinham dando certo, como o sistema de metas, que premiava policiais pela queda dos indicadores estratégicos de criminalidade; e a reprodução de políticas de segurança sem correção de eventuais problemas, como a política de UPP (hoje há 38 UPPs na região metropolitana).

A crise financeira do Rio também agravou a situação. Não há recursos para contratar 4.000 PMs já aprovados em concurso. Policiais não receberam o 13º salário de 2016 nem o pagamento adicional pelo trabalho na Olimpíada. A corporação também denuncia o mau estado dos equipamentos para trabalhar.

Até meados de maio, o Rio tinha média de um atingido por bala perdida a cada dois dias. Destes, 23 morreram.

Diante do agravamento da violência no Rio, o Estado pediu ao governo federal apoio da Força Nacional, que atua na cidade desde dezembro do ano passado, fazendo a segurança da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), do Palácio Guanabara, sede do governo, e na repressão ao roubo de cargas.