Usuários de droga deixam praça conhecida como 'nova cracolândia'

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 22/06/2017

PAULO GOMES

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os usuários de droga que se concentravam há exatamente um mês na praça Princesa Isabel, na região central de São Paulo, deixaram o local na noite desta quarta-feira (21).

Diferente de outras ocasiões em que os dependentes químicos deixaram o espaço, não houve dispersão pelas vias da região, mas um deslocamento conjunto para perto da antiga cracolândia. A polícia disse não saber o que motivou a mudança, mas afirma que ela foi espontânea e teve início pouco após as 22h desta quarta.

Com a saída da praça, a concentração de usuários migrou para a alameda Cleveland, onde, por volta das 3h desta quinta (22), era possível encontrar centenas de pessoas aglomeradas na praça em frente à estação Júlio Prestes da CPTM. O local fica a uma quadra da alameda Dino Bueno, onde ficava o fluxo de comércio e consumo de drogas até a operação policial do mês passado.

Segundo um usuário que estava no novo ponto de concentração, a saída da Princesa Isabel ocorreu porque lá está "moiado" (complicado). Outro disse que é por causa da limpeza diária realizada pela prefeitura.

Um guarda civil que falou à reportagem afirmou que a mudança se deu porque, com a fiscalização da GCM (Guarda Civil Metropolitana) e da Polícia Militar, os frequentadores não estavam mais conseguindo montar as tendas sob as quais ocorria a venda e o uso de drogas.

Há mais de uma semana, guardas e varredores da prefeitura abriam espaço entre os usuários para a faxina ao menos duas vezes por dia. A ação chegou a provocar tumulto. No último dia 14, agentes da GCM e usuários de droga ficaram feridos –um dos guardas foi atingido com uma pedra na cabeça e fraturou o crânio.

Nem usuários nem policiais souberam dizer, no entanto, se o deslocamento foi uma decisão coletiva. Sem os usuários, a praça Princesa Isabel foi tomada por varredores da prefeitura, acompanhados por guardas e policiais no final da noite. Ainda durante a madrugada, policiais e agentes da GCM permaneciam no local para evitar que os usuários retornassem.