Morre estudante solto pela Coreia do Norte

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 19/06/2017
Otto Warmbier é transportado para ambulância após desembarque em Cincinnati - BRYAN WOOLSTON / REUTERS

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O estudante americano Otto Warmbier, libertado pela Coreia do Norte na semana passada após ficar um ano preso no país, morreu nesta segunda-feira (19), nos EUA.

Warmbier, 22, estava em coma e recebia tratamento em hospital em Ohio desde que retornou do país asiático aos EUA, na última terça (13).

"Ele parecia pouco confortável --quase angustiado. Embora nunca fôssemos ouvir sua voz novamente, em um dia seu semblante mudou --ele estava em paz. Estava em casa e acreditamos que ele sentia isso", disse a família do estudante em nota.

"O terrível e torturante tratamento recebido por nosso filho pelas mãos dos norte-coreanos fez que nenhum outro resultado fosse possível", acrescentou a nota.

A Coreia do Norte diz que o estudante contraiu botulismo e entrou em coma após tomar um comprimido sonífero, mas o médico responsável por seu tratamento disse na semana passada que ele não tinha sinais da doença.

Os médicos que cuidaram de Warmbier disseram que ele sofreu uma grande perda de tecido em todas as regiões do cérebro, mas não mostrou sinais de traumas físicos. Os testes não forneceram evidências para a causa de suas lesões neurológicas.

Também afirmaram que a grave lesão cerebral de Warmbier, considerando-se a sua idade, pode ter sido causada pela parada cardiorrespiratória que impediu a passagem de sangue para o cérebro.

Após a morte de Warmbier, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que o estudante enfrentou condições terríveis e que a Coreia do Norte é um "regime brutal".

Em um evento na Casa Branca, Trump criticou Pyongyang. "O destino de Otto aprofunda a determinação do meu governo de impedir tais tragédias, como inocentes caindo nas mãos de regimes que não respeitam o Estado de direito, ou a decência humana básica", destacou.

O estudante foi preso em janeiro de 2016 e condenado, em março daquele ano, a 15 anos de trabalho forçado por realizar "atos hostis". Em seu julgamento, ele confessou ter tentado roubar um cartaz de propaganda no país.