'Sou drag, não sou trans', diz Pabllo Vittar a Léo Jaime ao ser chamada para entregar prêmio do Sexy Hot

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 07/06/2017

SARAH MOTA RESENDE

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Tapete vermelho, flashes profissionais, selfies amadoras, curiosos na porta e mulheres se equilibrando em saltos altíssimos marcaram a quarta edição do prêmio Sexy Hot, o "Oscar" do pornô no Brasil, que aconteceu na noite desta terça (6) em São Paulo.

O cantor e ator Léo Jaime, 57, que comanda a cerimônia pelo segundo ano seguido, fez sua apresentação marcada por trocadilhos de cunho sexual. O repertório, entretanto, pareceu batido. “Em tempos de Lava Jato, em que se discute muito quem deve ter foro privilegiado, aqui a gente fala de quem teve o furo premiado”, disse o cantor, arrancando risos da plateia.

Jaime abriu a cerimônia dizendo “Vocês nos dão prazer o ano inteiro, chegou a hora de retribuir”. Em 2016, o ator João Vicente de Castro, ao anunciar um dos vencedores, fez piada parecida: "É um prazer estar aqui com vocês, que já me deram tanto prazer".

Ao chamar Pabllo Vittar, que integrou a banda do programa “Amor e Sexo”, da Globo, para uma das entregas, o apresentador disse que a drag era transexual. “Leo, eu sou drag, não sou trans, você faltou nessa aula”, respondeu bem-humorada.

As estatuetas também foram entregues por outras celebridades, como o cantor de funk Mr Catra e o carnavalesco Milton Cunha. A atriz Paty Kimberly, recordista da premiação com cinco troféus, desta vez ganhou “apenas” dois.

Das 17 categorias, 13 foram definidas pelo voto popular (confira a lista abaixo). A cargo do júri técnico, formado por Rafinha Bastos, Mariana Baltar, Stanlay Miranda e Paulo Cursino, ficaram as decisões de “Melhor Diretor”, “Melhor Filme Hétero”, “Melhor Cena Homo Feminino” e “Melhor Cena Transexual”.

As estatuetas foram entregues por celebridades, como o cantor de funk Mr Catra, a drag queen Pabllo Vittar, que integrou a banda do programa “Amor e Sexo”, da Globo, e o carnavalesco Milton Cunha. A atriz Paty Kimberly, recordista da premiação com cinco troféus, desta vez ganhou “apenas” dois.

Nos derradeiros finais, coube ao funkeiro Mr Catra anunciar o vencedor da principal categoria, de melhor diretor-”O Titanic do sexo”, na comparação de Jaime. A estatueta foi para Marco Cidade por seu trabalho em “Player”.

Anunciado com destaque e muito tietado, a passagem de Catra pelo palco, entretanto, foi breve e direta. Não teve canto, mas teve sua característica gargalhada.

CINEMA PORNÔ PEDE RESPEITO

Para Maurício Paletta, diretor da “Playboy” do Brasil e responsável pelo canal Sexy Hot, o maior desafio do evento é fomentar a indústria de filmes adultos e trazer mais qualidade para as produções. “A disputa pela estatueta dá um ‘upgrade’. Aí, as produtoras se atentam mais a estética, procuram gravar com uma luz melhor, com um elenco melhor, com um figurino melhor”.

Nas palavras de Jaime, o setor precisa sair do obscuro. “O prêmio vai se solidificando e dando ao pessoal que produz a notoriedade e o respeito que merecem”.

Uma vez revelado o ganhador, os discursos foram breves e monotemáticos. Com microfone em mãos, além de agradecimentos pontuais, um pedido uníssono: o reconhecimento de que fazer pornô é trabalho sério e de que não há razão para escondê-lo -mesma reivindicação de anos anteriores. “Eu já trabalhava com sexo, mas sem mostrar o rosto quando decidi aceitar propostas no cinema pornô. Foi difícil o processo de me assumir, mas, quando consegui, foi uma libertação”, disse Emme White, a estrela da noite, que conquistou quatro das cinco indicações que teve.