ATUALIZADA - Flip terá edição com orçamento menor e duplamente ativista

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 31/05/2017

ISABELLA MENON

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que neste ano acontece entre 26 e 30 de julho, perde desde 2014 uma média de R$ 1 milhão por ano. Em 2016, o orçamento era de R$ 6,8; neste, foi para R$ 5,7 milhões.

Segundo Mauro Munhoz, diretor-presidente da Casa Azul, em entrevista à imprensa nesta terça (30), um dos "princípios" do evento "era a o legado" . "As ações de educação estão sendo feitas com criatividade, mas precisaríamos de muito mais recurso."

A festa, patrocinada por meio de lei de incentivo, terá ingressos à venda a partir de 13/6, a R$ 55. A edição que homenageia Lima Barreto conta com 30% de autores negros.

"É importante mostrar o Lima Barreto autor, que trata a questão racial, mas acima de tudo é um artista e escritor", diz a curadora Joselia Aguiar.

Ela ressalta que muitas vezes "os autores negros perdem a liberdade de tratar de todos os assuntos".

Mulheres também foram mais representadas nesta edição, que terá 24 autoras e 22 autores. Aguiar explica que não foi fácil. "A oferta de homens é maior, eles são mais premiados e mais conhecidos. As mulheres também recusam mais viagens do que os homens, certamente por questões ligadas ao machismo."

A festa foi alvo de críticas no passado por dar mais espaço a autores da Companhia das Letras do que a outras editoras. Neste ano a editora de São Paulo não está no centro dos debates. A curadora diz que a escolha não foi deliberada. "Quando a gente pensa nos autores, nem lembra onde eles estão saindo."