ATUALIZADA - Terrorista de Manchester visitou a Líbia e 'provavelmente' a Síria

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 24/05/2017

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Salman Abedi, o homem-bomba que se explodiu na segunda-feira (22) durante um concerto em Manchester, havia visitado a Líbia e "provavelmente" a Síria, informaram as autoridades nesta quarta (24). Com isso, aumentam as suspeitas de que o atentado no Reino Unido contou com ajuda externa.

A ministra do Interior britânica, Amber Rudd, afirmou que Abedi, 22, "provavelmente" não agiu sozinho. A polícia disse estar investigando uma "rede" terrorista.

O ataque, que ocorreu por volta das 22h30 (18h30 em Brasília) na saída de um show do show da cantora pop americana Ariana Grande, deixou 22 mortos e 64 feridos. A explosão foi causada, segundo análise preliminar, por uma bomba caseira que ao ser detonada lança pregos e estilhaços.

Abedi era conhecido das forças de segurança do país antes do atentado, mas não era considerado uma ameaça. Cidadão britânico de origem líbia, ele havia visitado o país norte-africano recentemente –a Líbia enfrenta uma insurgência de grupos radicais islâmicos desde a deposição do ditador Muammar Gaddafi, em 2011.

O ministro do Interior francês, Gérard Collomb, afirmou que as autoridades têm informações de que o terrorista provavelmente esteve na Síria, que também registra atividade de radicais, e que ele tinha laços "comprovados" com a milícia EI (Estado Islâmico).

Na terça, o EI reivindicou o ataque contra a Manchester Arena com uma mensagem em seus canais oficiais. Não há prova, porém, de que a milícia, que controla territórios na Síria e no Iraque, tenha tido um papel real na ação.

SUSPEITOS PRESOS

A polícia britânica prendeu nesta quarta-feira em Manchester três homens por suspeita de ligação com o atentado. Na terça-feira, um suspeito já havia sido preso –segundo as autoridades, um dos quatro detidos até agora é irmão de Abedi.

Em Trípoli, capital da Líbia, a polícia anunciou nesta quarta-feira ter detido Hashem Abedi, irmão do homem-bomba, suspeito de ligação com o EI.

O pai do terrorista, Ramadan Abedi, que vive em Trípoli, negou que seu filho Salman tenha relação com o terrorismo. "Nós não acreditamos em matar inocentes. Não somos assim", afirmou.

O governo britânico elevou o alerta de terrorismo para o nível "crítico" pela primeira vez em uma década, indicando que um novo ataque pode acontecer a qualquer momento.

A primeira-ministra Theresa May ordenou o reforço da segurança, pondo quase 1.000 soldados nas ruas do Reino Unido.

Nesta quarta-feira, militares eram vistos protegendo pontos movimentados como o Parlamento britânico e o Palácio de Buckingham, em Londres. Em Manchester, porém, nenhum soldado foi mobilizado.

Por causa do ataque, a campanha das eleições parlamentares de 8 de junho foi temporariamente suspensa.

Em nota, a comunidade líbia de Manchester condenou o atentado. "Este ataque foi um ataque contra todos nós. Esses atos depravados não têm embasamento no islã. Todos os responsáveis por destruir de maneira estúpida as vidas de pessoas inocentes não merecem viver em nossa comunidade e deveriam estar atrás das grades."

Ariana Grande, popular entre o público infanto-juvenil, havia encerrado sua apresentação e, com as luzes acesas, alguns pais rumavam para a saída com os filhos. Testemunhas relatam um forte estrondo e pânico na plateia. O ginásio tem capacidade para mais de 20 mil pessoas.

O atentado a Manchester é o pior no país desde o ataque contra o sistema de transporte público de Londres em 2005, que deixou 52 mortos.