ATUALIZADA - Brasil passa a adotar vacina única contra febre amarela

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 05/04/2017

NATÁLIA CANCIAN

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O Ministério da Saúde passará a recomendar, a partir deste mês, só uma dose da vacina contra febre amarela para quem mora ou pretende viajar para áreas do país onde a imunização é indicada.

Até então, o Brasil adotava o esquema de duas doses, sendo a segunda recomendada dez anos após a primeira.

A mudança foi divulgada nesta quarta (5). O novo modelo segue padrão recomendado pela Organização Mundial de Saúde desde 2014.

Segundo a coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunizações), Carla Domingues, a decisão ocorre devido ao aumento no número de estudos que apontam que a proteção contra a febre amarela é mantida por toda a vida, mesmo que com apenas uma dose da vacina.

Nos últimos meses, o ministério vinha buscando soluções para aumentar a oferta de vacinas em meio ao surto de febre amarela no Sudeste.

O principal fornecedor, o laboratório de Bio-manguinhos, da Fiocruz, vem operando em capacidade máxima, com produção superior a 8 milhões de doses mensais.

A pasta também adquiriu 3,5 milhões de doses de um fundo internacional da OMS.

A coordenadora nega haver falta de vacinas, mas admite que houve alta da demanda.

Atualmente, 3.529 municípios, distribuídos em 19 Estados e Distrito Federal, fazem parte da área de recomendação permanente para a vacina contra febre amarela.

Segundo Domingues, com a mudança, pessoas que já tomaram a primeira dose não precisam mais tomar a segunda. A estimativa da pasta é que 30% das pessoas que tomam a 1ª dose já deixavam de tomar a 2ª após dez anos.

O ministério calcula que 29 milhões de brasileiros que vivem nas áreas de recomendação permanente para a vacina não foram imunizados.

Além da dose única, o ministério se prepara para a possibilidade de fracionamento das doses da vacina contra febre amarela ainda neste ano em alguns Estados.

Se aplicado, ele permite que uma dose da vacina seja dividida em até cinco. Mas a proteção é menor --estudos apontam que duraria um ano. A pasta nega, porém, já haver decisão de fracionamento.

Desde dezembro, foram confirmados 586 casos de febre amarela, com 190 mortes. Há outros 450 investigados.