ATUALIZADA - Incêndio destrói 300 barracos em Paraisópolis, zona sul da capital

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 01/03/2017

EDUARDO GERAQUE

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um incêndio de grande proporção atingiu na tarde desta quarta-feira (1º) a favela de Paraisópolis, a segunda maior de São Paulo.

Por volta de 300 moradias foram atingidas segundo os bombeiros e a estimativa é que mais de 1.200 pessoas ficaram desabrigadas, inclusive muitas crianças. Não há relatos de vítimas.

"Tinha acabado de arrumar todo o barraco da minha filha, que vai me dar mais uma netinha no mês que vem. Terminamos tudo e fomos almoçar na minha casa, quando vimos na televisão sobre o incêndio. Ela perdeu tudo", disse Edvaldo Santos, auxiliar de limpeza. Nascido na Bahia, ele mora há 32 anos em Paraisópolis e se acostumou a assistir cenas de incêndio. "Ainda bem que comigo nunca aconteceu", diz.

Essa é a quarta fez que ocorre um incêndio naquele mesmo ponto da comunidade, afirmam os moradores de Paraisópolis, que com baldes de água ajudavam os bombeiros a controlar o incêndio.

O fogo teria começado por volta das 13h40 quando, segundo os moradores, algumas pessoas estavam queimando pedras de crack. Como os barracos de madeira são muito próximos, o fogo se alastrou rapidamente. A área queimada está em um vale e o vento em círculos ajudou a aumentar ainda mais a tragédia.

O Corpo de Bombeiros foi acionado para controlar as chamas, que só foram extintas depois de quase duas horas. No total, 24 viaturas e 75 bombeiros atuaram no combate ao fogo. Uma pessoa chegou a ser encaminhada para o hospital.

"Quando a vida está fora da gente não tem mais jeito. Mas enquanto ela estiver dentro da gente vamos continuar lutando", disse, resignado, o manobrista Wanderlei Vieira, que perdeu tudo para as chamas. "Trabalhei a noite inteira e estava descansando quando vieram me avisar. O paranaense de São Judas Tadeu está há 6 meses em Paraisópolis. "A geladeira era novinha".

Enquanto bombeiros e moradores tentavam controlar o fogo, a revolta dos desabrigados eram como outros moradores da própria região, que estavam saqueando os barracos vazios.

Os moradores atingidos fizeram o cadastro em programas habitacionais da Prefeitura de São Paulo.