Doria pede a empresa aérea para arcar com reforma de pontes das marginais

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 16/02/2017

DIOGO BERCITO, ENVIADO ESPECIAL

DOHA, QATAR (FOLHAPRESS) - O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), pediu à companhia aérea Qatar Airways que invista na recuperação e manutenção de 19 pontes das marginais do Pinheiros e do Tietê.

A proposta, feita em Doha nesta quinta (16), significaria o aporte de aproximadamente R$ 20 milhões para a reabilitação física, de iluminação e de paisagismo. O pedido inclui também a passarela do aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista.

O prefeito afirmou que a proposta foi "audaciosa". As negociações devem ser formalizadas e conduzidas, a partir de agora, pela embaixada brasileira no Qatar.

Doria diz que a contrapartida não incluirá propagandas nas marginais. A empresa, que tem parte da Latam, seria beneficiada por uma publicidade de boca a boca. A companhia não comentou a perspectiva. "A publicidade das redes sociais será o suficiente. As pessoas vão reconhecer os benefícios e levarão uma imagem positiva da empresa", disse o tucano.

Roberto Abdalla, embaixador do Brasil em Doha, participou do encontro e afirmou que a proposta de Doria é "irrecusável". "A embaixada será o canal entre a prefeitura e o governo do Qatar."

O prefeito reuniu-se, também na manhã desta quinta (madrugada no horário de Brasília), com o fundo de investimentos local QIA. Ele relatou ter havido interesse em projetos no autódromo de Interlagos e no Anhembi.

Doria está na região do Golfo desde o início desta semana para apresentar os 55 lotes de seu programa de privatizações. As pontes nas marginais não fazem parte desse número e foram oferecidas em paralelo.

O prefeito encerra a visita, custeada por um fórum de liderança nos Emirados Árabes e pelo governo do Qatar, nesta sexta (17) e retorna ao Brasil no dia seguinte. Doria ainda planeja levar seu "road show" aos Estados Unidos em maio.

DINHEIRO DAS PRIVATIZAÇÕES

O plano de desestatização de Doria prevê que o dinheiro arrecadado deverá obrigatoriamente ser utilizado em novas obras. De acordo com o projeto, a ser enviado em março para a Câmara Municipal, os recursos obtidos com as concessões e privatizações não serão alocados no caixa comum da prefeitura para evitar que sejam utilizados no custeio da máquina -como salários, aquisição de bens de consumo e manutenção de equipamentos públicos.

O dinheiro irá para um fundo de investimentos, a ser instituído com o objetivo de viabilizar projetos nas cinco áreas consideradas pelo prefeito como estratégicas: saúde, educação, mobilidade urbana, moradia e segurança.

Doria quer, com isso, ao final do processo, poder dizer exatamente o que foi feito com a verba arrecadada. Algo na linha "tínhamos um estádio do Pacaembu, agora temos X creches e X hospitais".