Após reunião, governo e parentes de PMs abrem canal de negociação no ES

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 09/02/2017

CAROLINA LINHARES, ENVIADA ESPECIAL

VITÓRIA, ES (FOLHAPRESS) - Uma reunião entre secretários do governo do Espírito Santo e familiares de policiais militares estabeleceu um canal de diálogo entre as duas partes no fim da noite desta quarta-feira (8).

"Estou muito confiante nas mulheres e nos policiais de que nós vamos conseguir, com bom senso, restaurar a sanidade, porque estamos vivendo estado de insanidade", disse o secretário de Direitos Humanos, Júlio Pompeu.

Onda de violência no ES PM está em motim desde o dia 3 de fevereiro Com motim da PM, ES tem aumento de violência e pede ajuda do Exército Justiça diz ser ilegal greve de PM no ES e estipula multa de R$ 100 mil por dia Após ataques, ruas de Vitória ficam vazias e shoppings fecham as portas Onda de violência em Vitória superlota departamento de medicina legal O movimento, que bloqueia a saída de policiais militares dos batalhões, reivindica 100% de aumento para toda a categoria e anistia aos policiais e familiares envolvidos no motim iniciado na última sexta (3) e que provocou uma onda de violência pelo Estado, resultando em 95 mortes, segundo o sindicado dos policiais civis -o governo não deu números da violência.

Pompeu afirmou que a proposta será analisada. Pela manhã, o governador em exercício César Colnago, e o governador Paulo Hartung, afastado por se recuperar de um tumor na bexiga, descartaram a possibilidade de aumento diante da crise financeira.

Um novo encontro está marcado para esta quinta (9) às 14h.

Presidentes das associações de classe de policiais militares também participaram da reunião.

Segundo Pompeu, o problema das reuniões anteriores era que a liderança do movimento de familiares não era clara, apresentando reivindicações diferentes a cada encontro.

"Recebíamos um grupo de mulheres, mas esse grupo era depois desautorizado por outras mulheres. Chegamos a negociar a saída de policiais para as ruas e depois desmentiram", disse.

O secretário afirmou que as mulheres estabeleceram uma liderança e "há um solo firme para avançar na negociação".

Para o major Rogério Fernandes Lima, presidente da Associação dos Oficiais Militares do Estado, as mulheres "demonstraram a grandeza que elas têm para manter um diálogo em prol da sociedade".

O governo também instituiu um comitê permanente de negociação formado por Pompeu e pelos secretários de Controle e Transparência, Eugênio Ricas, e da Fazenda, Paulo Roberto Ferreira, além do secretário-chefe da Casa Civil, José Carlos da Fonseca Júnior.