ATUALIZADA - Temporal derruba muro e fere 41 em festa universitária

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 01/02/2017

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Além de deixar bairros alagados e árvores caídas, a forte chuva que atingiu a cidade de São Paulo na tarde desta quarta (1º) deixou ao menos 41 feridos em uma festa universitária de estudantes de medicina, na zona leste.

O volume de água do temporal em São Mateus, bairro próximo da região, chegou a 89,4 mm –equivalente a 40% da média de chuva da cidade num mês de fevereiro inteiro.

A enxurrada provocou a queda de um muro da chácara onde era celebrada a festa de calouros da Faculdade Santa Marcelina. Alunos e pelo menos quatro carros foram arrastados pela força da água até outro muro, que também acabou se rompendo.

O Hospital Santa Marcelina, ao lado da faculdade, diz que, dos 41 feridos atendidos devido ao desabamento, a maioria teve escoriações leves e acabou liberada. No começo da noite, nenhuma das vítimas internadas tinha estado grave, segundo a instituição.

Inicialmente, duas pessoas chegaram a ser contabilizadas como desaparecidas após serem levadas pela enxurrada, mas foram localizadas depois em atendimento no hospital.

"É a primeira vez que a chuva arrasta desse jeito as coisas. Nunca vi coisa igual", afirmou a auxiliar de cozinha Giane Braga, 50, moradora da rua do desabamento.

A água do córrego Buracão, que fica atrás do local da festa, subiu rapidamente com a chuva, alagando a casa do pedreiro Daniel Fernandes, 57. "Nunca vi tanta água, subiu mais de um metro e meio."

A casa foi devastada pela água. Uma cadeira foi parar a 20 metros de distância.

A festa Caloucura foi organizada pela associação atlética dos alunos de medicina.

Segundo Benedito Salim, 80, dono da chácara, havia cerca de 150 pessoas na comemoração, que teve início às 12h e deveria acabar às 17h.

O local, segundo moradores, é bastante usado para festas e eventos da terceira idade. Tem piscina e funciona também como pousada.

"Recentemente, o dono reformou o local, ficou muito bonito", disse a aposentada Madalena Maldonado, 77. ÁRVORES

Em Itaquera, também na zona leste, o rio Verde, próximo ao estádio do Corinthians, também transbordou, causando transtornos. Outros córregos da região que transbordaram foram o do Lajeado, no Itaim Paulista, e Itaquera-Mirim, em Guaianases.

Houve ainda queda de muros em Guaianases e Sapopemba, por exemplo.

No extremo norte da cidade, o córrego Perus também teve transbordamento. Na região, a gestão Fernando Haddad (PT) prometeu a construção de cinco piscinões, que estão em fase de licitação.

No meio da tarde, a chuva já havia derrubado sete árvores, principalmente no centro expandido da cidade.

Na avenida Angélica, a queda de uma árvore de grande porte interditou um quarteirão inteiro, entre as ruas Piauí e Maranhão. Funcionários da prefeitura usaram serras elétricas para cortar o tronco da árvore do meio da via e remover os pedaços.

Com a chuva, muitos semáforos apagaram e entraram no modo piscante. Na esquina das ruas Aracaju e Maranhão, agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) tiveram de controlar o tráfego de veículos.

Com rajadas de vento de 53 km/h, o aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista, chegou a ter 14 partidas canceladas e 14 chegadas desviadas para outros aeroportos.